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Mantega afirma que FMI se contradiz

Fundo diz que Brasil precisa adotar metas mais realistas para manter credibilidade de sua política econômica

Em comunicado, ministro avalia que projeções otimistas pioraram instabilidade; órgão critica crédito

GIULIANA VALLONE ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON

O ministro Guido Mantega (Fazenda) e o Fundo Monetário Internacional trocaram farpas no encontro anual do organismo, em Washington. Para o brasileiro, o Fundo elabora análises contraditórias. Para o FMI, o Brasil precisa ser mais realista em suas metas para reter a credibilidade.

Em comunicado em nome do Brasil e outros dez países que Brasília representa no Comitê Monetário e Financeiro Internacional do Fundo, Mantega diz que as análises do FMI sobre países emergentes ajudam a aumentar as incertezas ao cenário global.

O ministro não compareceu ao evento, que termina domingo (12), por causa da corrida eleitoral no Brasil.

No comunicado, que inclui 27 pontos e é praxe nas reuniões do grupo, Mantega afirma que o FMI publica avaliações contraditórias sobre esses países "enquanto o mundo tenta sair da crise mais séria da história recente".

"Pedimos que o FMI seja mais realista", escreve.

O ministro cita ainda uma "sensação de desilusão" criada pela recuperação da economia global e diz que o FMI é um dos responsáveis pela propensão mundial de exagerar expectativas sobre as economias avançadas.

Ele ainda aponta contradições do FMI sobre o Brasil. "Alguns documentos do Fundo atribuem a desaceleração a fatores internos", escreve, em aparente resposta ao novo corte na projeção do PIB do país neste ano (para 0,3%) e seu descolamento do avanço global previsto, de 3,3%.

"Essa avaliação contrasta com outros artigos publicados pela instituição, como um estudo apresentado no Panorama Econômico Mundial, de abril, que conclui que os fatores [externos] foram responsáveis por 60% da desaceleração no Brasil."

O documento divulgado em abril inclui uma tabela na qual o FMI estima o impacto externo como majoritário sobre o crescimento do Brasil. O mesmo texto, porém, nota que desde 2012 foram as condições internas que predominantemente prejudicaram economias como a brasileira.

METAS REALISTAS

No mesmo dia em que Mantega sugeriu ao Fundo cuidado, o Fundo recomendou ao Brasil "mais realismo", citando a meta de superávit fiscal (economia para pagar juros) de 1,9% do PIB.

Em relatório sobre a América Latina, o FMI avalia que o Brasil precisa aumentar a credibilidade de sua política econômica e estabelecer "metas fiscais mais factíveis".

"A ênfase deve estar em aumentar a credibilidade da política econômica e em reformas estruturais", afirmou Krishna Srinivasan, vice-diretor do departamento do FMI para o Hemisfério Ocidental, a repórteres.

Ele defendeu, porém, reduzir a concessão de crédito dos bancos públicos, como o BNDES, a fim de conter a inflação. "Se você olhar os empréstimos desses bancos, há empresas que recebem financiamento e poderiam captar recursos no mercado financeiro, como a Petrobras."


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