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TIM faz auditorias internas para contestar derrubada de chamadas
Operadora afirma querer 'contribuir' com visões independentes para investigação da Anatel
Acusação de derrubada e suspensão de vendas trouxeram 'impacto severo' na imagem, diz presidente da empresa
A TIM contratou duas auditorias independentes para apurar as acusações feitas pelas Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em agosto de que a operadora estaria derrubando intencionalmente as ligações de seus clientes do plano Infinity.
Segundo a companhia, as auditorias realizadas pela consultoria Pricewaterhouse Coopers e pela fabricante de redes e infraestrutura Ericsson não mostraram diferenças nas taxas de queda de ligação entre os usuários de planos pré e pós-pago.
O resultado de um dos trabalhos foi entregue à agência reguladora nesta semana. A segunda, da Ericsson, será submetida ao órgão nos próximos dias.
Procurada, a Anatel informou que não irá se manifestar sobre os documentos.
"O objetivo das auditorias é dar um parecer independente que possa contribuir para a investigação da Anatel", diz Rogério Tostes, diretor de relações com investidores da companhia.
Em agosto, a companhia se defendeu imediatamente das acusações e indicou falhas no relatório da agência que levantou o caso.
Segundo ele, como "vítima" no episódio, a defesa da companhia não seria suficiente para o processo de investigação.
A TIM vai publicar o resultado das auditorias em um novo site, criado para disponibilizar informações sobre suas iniciativas na área de qualidade e infraestrutura. O portal entrou no ar ontem.
RESULTADO
Em teleconferência realizada ontem para comentar os resultados financeiros do terceiro trimestre, o presidente da TIM, Andrea Mangoni, falou sobre os impactos da suspensão de vendas imposta pela Anatel às operadoras.
Segundo ele, o episódio, junto com a acusação de derrubada proposital das chamadas, trouxe um "impacto severo na imagem", que "ofuscou" os fundamentos da companhia.
Apesar do que chamou de "ambiente político difícil", o executivo afirmou que a operadora conseguiu manter as operações "no caminho".
Ex-diretor financeiro da Telecom Italia, grupo controlador da TIM, Mangoni assumiu o cargo em julho, em meio à crise na companhia.
No terceiro trimestre, o lucro da empresa ficou praticamente estável, com alta de 0,4% sobre o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 318 milhões.
A receita líquida somou R$ 4,722 bilhões no trimestre, um aumento de 8% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Impedida de vender durante 11 dias em 18 Estados e no Distrito Federal -a mais severa dentre as quatro operadoras punidas pela Anatel-, a TIM também sofreu uma redução no ritmo de novas linhas adicionadas à sua base.
No segmento pré-pago, a companhia registrou 274 mil novas linhas entre julho e setembro, ante 1,3 milhão no trimestre anterior.
Apesar disso, a companhia manteve a projeção de crescimento da receita líquida para este ano, de 10%. (MARIANNA ARAGÃO)
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