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Análise

É necessário descentralizar para evitar crises e apagões

As prefeituras poderiam condicionar a licença de obras à execução de um projeto de geração distribuída

ADRIANO PIRES ESPECIAL PARA A FOLHA

Os recentes apagões evidenciam que é preciso uma política mais descentralizada para a geração, a transmissão e a distribuição, assumindo que o país possui dimensões continentais e a atual centralização está ficando cara e de difícil fiscalização.

Os governos federal e estaduais deveriam incentivar a geração distribuída, através da cogeração e do Smart Grid.

A cogeração constitui-se em uma forma de geração distribuída (geração elétrica realizada por pequenas unidades próximas aos consumidores), que supre a energia localmente e aumenta a reserva de potência próxima ao centro consumidor.

A geração distribuída aumenta a confiabilidade e a estabilidade do sistema, uma vez que diminui a dependência do parque gerador centralizado, mantendo reservas próximas aos centros de carga e reduzindo as falhas relacionadas a transmissão e distribuição.

Além disso, a descentralização da geração reduz a necessidade de investimentos em redes de transmissão e distribuição, diminuindo os custos ambientais da construção de longas linhas de transmissão.

A geração distribuída também ajuda no caso de falhas no sistema integrado, uma vez que a geração local pode suprir pelo menos parte da demanda das regiões afetadas por interrupções.

Do lado dos consumidores, a geração distribuída tem como principais vantagens a redução de custos, pois a cogeração pode diminuir os custos da energia nas empresas e gerar receita com a venda de energia. Outro benefício é garantir a autonomia na produção e uma maior confiabilidade no fornecimento de energia elétrica.

A implantação de um sistema de Smart Grid é fundamental para acelerar o desenvolvimento da cogeração e da geração distribuída.

Esse sistema constitui-se de um conjunto de tecnologias de monitoramento e gerenciamento digitais de redes de energia elétrica.

O Smart Grid possibilita o intercâmbio de energia entre pequenos geradores e distribuidores ou outros consumidores conectados à rede.

Apesar de todas essas vantagens, falta uma política pública indutora de permanentes incentivos à geração distribuída.

Por exemplo, não há obrigatoriedade das distribuidoras comprarem energia de geração distribuída e, quando o fazem, o preço é baixo.

As prefeituras poderiam condicionar a licença de obra para grandes empreendimentos imobiliários, como shoppings e hospitais, à execução de um projeto de geração distribuída. Faltou esse tema nas recentes eleições municipais.

ADRIANO PIRES é diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)


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