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País pode bater no teto com PIB de 3,5%

Número crescente de analistas acredita que o Brasil está fadado a crescer a taxas modestas nos próximos anos

Baixa produtividade, crise externa e ritmo mais lento de expansão da China e da Índia são ameaças à economia

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

O fraco desempenho recente da economia do país pode estar mais próximo de regra para o médio prazo do que de um período de exceção.

Um número crescente de economistas acredita que o Brasil está fadado a se expandir pouco, entre 2,5% e 3,5%, nos próximos anos.

Essas seriam taxas compatíveis com crescimento sem pressão inflacionária -o chamado PIB (Produto Interno Bruto) potencial.

"Se a economia não se tornar mais dinâmica, estaremos condenados a crescer entre 2,5% e 3% no longo prazo", diz José Luis Oreiro, professor de economia da Universidade de Brasília.

RISCO INFLACIONÁRIO

A visão de Oreiro e de economistas como Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, baseia-se no desempenho do mercado de trabalho e da inflação.

Embora o crescimento econômico tenha despencado em 2012, o desemprego não aumentou e continua historicamente muito baixo (5,4%) e a taxa de inflação permanece elevada (5,3%).

Uma aceleração do crescimento implicaria reduzir ainda mais a taxa de desemprego. O problema é que não parece haver muito espaço para continuar expandindo a força de trabalho.

"Mesmo que mais pessoas sejam incorporadas ao mercado de trabalho isso levaria a aumento dos salários", afirma Schwartsman, colunista da Folha.

Salários mais altos tenderiam a aumentar a demanda por bens e serviços e, portanto, os preços. E inflação maior levaria o governo a ter de tomar medidas para frear o crescimento da economia.

"Até pouco tempo, eu compartilhava a visão de que o país poderia crescer entre 4% e 4,5% de forma sustentada. Mas o desempenho do mercado de trabalho me fez rever esse cenário", diz Schwartsman, que é sócio-diretor da Schwartsman & Associados Consultoria Econômica.

Ele acredita agora que o crescimento potencial do Brasil oscile entre 3% e 3,5%.

A analista de Brasil da consultoria Business Monitor International, Katherine Weber, também reduziu sua projeção de crescimento médio do país entre 2012 e 2015 para 3,3%.

PRODUTIVIDADE BAIXA

Para atingir taxas de expansão mais altas -próximas aos 5% almejados pelo governo-, a economia brasileira teria de se tornar mais dinâmica, dizem economistas.

O principal empecilho a um nível de crescimento mais elevado no Brasil é o ritmo lento de expansão da produtividade, principal medida de eficiência da economia.

A chave para melhorar esse cenário seria investir mais. O governo vem tomando medidas com esse objetivo. Mas, ainda que seja bem-sucedido (há divergência entre economistas a respeito disso), a tendência é que esse seja um processo demorado.

Além disso, há outras ameaças a um crescimento mais forte do país no curto prazo. Uma delas é a desaceleração nas concessões de crédito pelos bancos, em um cenário de consumidores endividados e inadimplência alta.

A crise nos países desenvolvidos e a desaceleração de emergentes, como China e Índia, também atrapalham, reduzindo a demanda pelos bens produzidos pelo Brasil.


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