Folha de S.Paulo

Bússola

CDB acima do valor coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos é muito arriscado?
T.F., de Brasília (DF)

RESPOSTA DO PROFESSOR DE FINANÇAS DA PUC-RJ ALEXANDRE CANALINI - Algumas das modalidades garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) são: depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio, poupança e depósitos a prazo.
Além dessas modalidades mais comuns, a cobertura abrange também produtos como letras de câmbio, letras imobiliárias, letras hipotecárias, letras de crédito imobiliário e operações compromissadas que têm como objetivo títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresas ligadas.
As modalidades acima relacionadas são garantidas até o valor de R$ 70 mil por CPF ou CNPJ e por instituição financeira ou conglomerado.
A taxa de remuneração de um CDB reflete diretamente o risco de crédito do emissor.
Quanto maior o risco de crédito da instituição financeira, maior precisará ser a taxa de um CDB emitido.
O risco estará mais presente quando o investimento superar o limite de cobertura de R$ 70 mil oferecido pelo FGC.
Com o movimento da redução nas taxas de juros, surgiu um novo debate dos gestores de recursos, sobre quão vantajoso seria adquirir CDBs com risco maior e taxas mais elevadas.
Os CDBs pós-fixados são geralmente emitidos com taxa relacionada a um percentual do CDI e, com a redução deste, cada ponto adicional em relação em CDI vale menos do que anos atrás.
As garantias ordinárias relacionadas acima não obedecem a um prazo determinado para pagamento.
No site do FGC, entretanto, no campo "garantias" há uma opção denominada "intervalo de pagamento".
Analisando o histórico de casos ocorridos, podemos concluir que o pagamento ao investidor ocorre de forma muito ágil por parte do fundo.

Eu invisto em

Cauã Reymond, ator

"Investi em Bolsa por alguns anos, mas saí quando passei por uma segunda crise. Hoje invisto em fundos e em imóveis no Rio e em SC, onde mora minha família. Imóvel eu não vendo, e, se por acaso vender algum, tento comprar outro"

APOSENTADORIA
Tenho 56 anos e pretendo me aposentar com 65. Pago R$ 700/mês em PGBL, no qual tenho saldo de R$ 166 mil, além de R$ 600 mil em CDB. Como faço para ter a melhor condição na aposentadoria, sendo que posso colocar mais R$ 2.000/mês?
A.C.B., de São Paulo (SP)

RESPOSTA - Você deverá estabelecer uma meta de renda mensal para viver após a sua aposentadoria, bem como uma expectativa de vida após completar 65 anos.
Os investimentos em previdência privada são indicados no seu caso. É oportuno procurar um plano com tributação pelo regime regressivo, pois você pagará uma alíquota menor após nove anos acumulando recursos.
Avalie entre VGBL e PGBL como alternativas de investimento após considerar sua renda anual bruta e o modo como você declara o IR.
Fique atento aos custos, como as taxas de carregamento e de administração dos fundos.

POUPANÇA
Estou com dificuldades de poupar para investir. Por onde devo começar?
M.A., de Belo Horizonte (MG)

RESPOSTA - Poupar recursos é um hábito que deve estar presente na vida de quem pretende conquistar a independência financeira.
Você deve iniciar o seu esforço elaborando um orçamento mensal de gastos para identificar a causa da dificuldade de conseguir poupar para investir.
Recomendo que reúna seus extratos bancários e seus cartões de crédito dos últimos 90 dias para fazer uma avaliação minuciosa sobre suas contas.
O acompanhamento mensal das receitas e despesas deve passar a fazer parte da sua vida daqui por diante. Não é um processo fácil, pois muda hábitos e exige esforço.
A educação financeira é semelhante à alimentar ou à educação física. É difícil começar, mas o benefício surgirá com o tempo.