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Análise

Fato aleatório pode ser mais importante para o sucesso do que o próprio mérito

SAMY DANA ESPECIAL PARA A FOLHA

Há diversos estudos sobre as causas que levam alguns indivíduos ou empresas a se destacar da média ou ser fora da curva ("outliers").

Entre os pesquisadores está Malcolm Gladwell, americano pra quem, na maior parte dos casos, são fatores aleatórios e específicos que determinam o sucesso, e não mérito ou talento sobrenatural.

Exemplo: na final da liga escolar de hóquei no gelo no Canadá, 14 dos 25 jogadores nasceram de janeiro a março e só 5 no segundo semestre.

Como as seletivas para times infantis ocorrem entre 6 e 7 anos de idade, alunos nascidos entre janeiro e março são de 9 a 11 meses mais velhos do que os outros, apresentando uma diferença no desenvolvimento físico.

No entanto, os alunos selecionados recebem treinamento, fazendo com que a criança, que no início tinha uma leve vantagem ante colegas, progrida com alta velocidade e amplie o desequilíbrio.

Gladwell nomeia esse fenômeno "Efeito Mateus", fazendo analogia à passagem bílbica: "A todo aquele que tem será dado mais e terá em abundância. Mas ao que não tem até o que tem lhe será tirado". (Mateus, 25, 28-29).

O "Efeito Mateus" está também no mercado empresarial. Consideremos dois restaurantes novos, A e B, próximos em preço e qualidade.

Por fatores aleatórios, o A recebe, no primeiro mês, mais clientes que o B, gerando mais receita. Aos olhos do investidor, o A fica mais atrativo e acaba por arrecadar e crescer mais que o B.

Com o tempo, o A se desenvolve bem mais que o B, como no caso das crianças: pequenas diferenças no início podem resultar em grandes disparidades com o tempo, sobretudo por receber investimentos e atenção especial.

Pequenas superioridades iniciais geram grandes incrementos com o tempo. Começar com o pé direito é mais importante do que parece na vida pessoal e profissional.

SAMY DANA é Ph.D em Business, professor da FGV e coordenador do núcleo de cultura e criatividade GV Cult.


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