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Análise Grãos

Safra recorde de soja e milho mascara falta de trigo no país

MAURO ZAFALON COLUNISTA DA FOLHA

Se tudo der certo, a próxima safra de grãos poderá atingir 182 milhões de toneladas. Os preços são remuneradores e os produtores vão ampliar a área de plantio, principalmente a de soja, o produto de maior liquidez no momento.

Essa evolução da safra brasileira é boa não só para o país mas para uma recomposição dos estoques mundiais de grãos. Após ter assimilado o desastre que foi a safra norte-americana deste ano, o mercado externo está de olho na produção da América do Sul. Além de Brasil, a Argentina também tem papel importante nessa recomposição mundial da oferta de grãos.

Os 182 milhões de toneladas do Brasil, assim como os 110 milhões de toneladas previstos na Argentina, dependem do clima. E o início da safra não vai tão bem. Há excesso de chuva, principalmente na Argentina, e seca no Centro-Oeste brasileiro.

A área brasileira aumenta principalmente porque os preços estão favoráveis. É o caso da soja. O problema é que o veranico, que afeta parte do Centro-Oeste, atrasa o plantio da oleaginosa.

Esse atraso pode não afetar a produção de soja, mas, sim, a produção de milho em regiões onde o produtor semeia o cereal logo após a colheita da oleaginosa.

O milho será muito disputado no mercado externo no próximo ano, assim como está sendo neste. O país já exportou o recorde de 13 milhões de toneladas. Uma redução na oferta no Brasil forçaria as indústrias nacionais a elevar ainda mais o gasto na compra do cereal.

A safra brasileira cresce, mas está basicamente concentrada em dois produtos: soja e milho. Juntos, podem responder por 86% de toda a produção nacional de grãos.

O país deixa de lado, no entanto, produtos essenciais no dia a dia da alimentação do brasileiro. É o caso do trigo, cujas área e produção deverão cair na próxima safra.

É um momento ruim para essa queda. Há quebra de produção nos principais países produtores, inclusive na Argentina. Dependente de importações, o país vai ter dificuldade de encontrar o cereal. Os argentinos, tradicionais fornecedores do Brasil, já anunciaram que terão apenas 4 milhões de toneladas para colocar no mercado externo. O Brasil importa 7 milhões de toneladas por ano.


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