Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Quedas nas taxas de juros trazem novo cenário de rentabilidade para os bancos

JOSÉ KOBORI ESPECIAL PARA A FOLHA

O resultado dos bancos públicos evidencia em números o que o mercado já esperava após o governo utilizar essas instituições financeiras para acelerar a diminuição dos "spreads" (diferença entre o custo de captação do banco e quanto ele cobra dos clientes) e forçar os rivais privados na mesma direção, aumentando a competitividade do setor bancário.

O Banco do Brasil, pelo seu porte e capilaridade, tornou-se instrumento de pressão na implementação das políticas governamentais.

Sua capacidade de atuação, sem grande aumento de riscos, deve-se ao fato de a base de clientes ser menos "pulverizada" que a dos concorrentes privados.

O índice de rentabilidade ajustada sobre o PL (patrimônio líquido) médio do BB no terceiro trimestre foi de 18,1% ante 22,9% no mesmo período de 2011. O Itaú por sua vez, teve o resultado de 17,7%, ante 23,5%; e o Bradesco, 19,9% ante 22,4%. Os índices caíram quase que na mesma proporção, indicando um novo patamar de rentabilidade para o setor, ainda bem acima dos índices internacionais.

Esse patamar se justifica por fatores estruturais de queda da taxa básica de juros, níveis mais baixos da história e redução de "spreads". Os índices de inadimplência, apontados como maior responsável pelo "spread", tiveram leve alta ante 2011, mas a tendência é de queda. Em patamar mais baixo, a inadimplência consolidará a redução dos "spreads".

A estabilização econômica que permitiu a queda dos juros trouxe um novo cenário de rentabilidade. Por consequência, a redução dos "spreads" deve diminuir os riscos nas carteiras de crédito e na inadimplência. Isso permitirá o aumento das carteiras de forma mais sustentável.

A indústria bancária deverá compensar cada vez mais a queda dos "spreads" com ganhos de eficiência e escala. Com isso, o sistema bancário poderá se beneficiar desse novo cenário de taxas finais mais civilizadas, aumentando a demanda por novos produtos financeiros para financiar o crescimento da economia e gerar um ciclo virtuoso sustentável.

JOSÉ KOBORI é professor do MBA Finanças do Ibmec/DF e sócio estrategista da JK Capital.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página