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Análise

Em cenário de pressão inflacionária, PIB de 2013 pode decepcionar

Crise externa, dólar e custo da mão de obra ameaçam recuperação sem aumento de preço almejada pelo BC

TONY VOLPON ESPECIAL PARA A FOLHA

O BC deve, nesta semana, pela primeira vez desde o fim de 2010, manter a taxa Selic inalterada, em 7,25% ao ano.

Em janeiro de 2011, no começo do governo Dilma, o BC começou a subir os juros para controlar pressões inflacionárias do ano anterior, quando a economia cresceu 7,5%.

Mas já em agosto o BC inverteu a direção, cortando juros em um movimento ousado, respondendo ao choque deflacionário deflagrado pela crise europeia e ao quase calote do governo americano.

Assim começou um ciclo que levou o juro ao menor nível da história. Também amargamos dois anos de baixo crescimento.

Apesar do baixo crescimento, a inflação não tem cedido. Mas o mercado de trabalho continua forte.

As razões para esse comportamento contraditório têm a ver com um conjunto de mudanças estruturais e choques distintos operando ao mesmo tempo.

O baixo crescimento pode ser explicado como resultado das crises externas e da crescente falta de competitividade da indústria, sofrendo com valorização cambial e custo da mão de obra.

A emergente "nova classe média" tem demandado serviços que são mais intensivos no uso da mão de obra, levando à alta do emprego.

O mesmo fenômeno que ajuda a manter o desemprego baixo afeta negativamente a indústria, explicando o mistério do crescimento fraco e do mercado de trabalho forte.

Essa dinâmica também explica por que a inflação ainda preocupa. Boa parte dela tem sido causada pela alta dos preços de serviços.

Nesse quadro complexo, a preocupação principal do BC tem sido estimular a economia. Ao mesmo tempo, os efeitos negativos da crise e o fim do choque sobre as matérias-primas devem levar a inflação para o centro da meta.

Há riscos para o cenário de recuperação sem inflação do BC. A crise externa continua, assim como os problemas da indústria. A alta do dólar ameaça o benigno cenário inflacionário. Podemos ver em 2013 um crescimento ainda decepcionante com maiores pressões inflacionárias.


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