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Facebook e Zynga selam 'divórcio' nos EUA

Desenvolvedora de games pode deixar rede social, de onde vêm 90% de sua receita

HELTON SIMÕES GOMES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quase um mês após apresentar as primeiras receitas vindas de smartphones e tablets, o Facebook começou a se "divorciar" de um de seus principais parceiros.

Anteontem, a rede social e a Zynga enviaram um comunicado ao mercado que abre espaço para que o site de Mark Zuckerberg comece a criar seus próprios jogos sociais.

Em nota, o Facebook afirmou não ter intenção de desenvolver games e a Zynga comunicou que o acordo lhe permitirá mais flexibilidade.

Oficializado em 2010, o casamento das companhias solidificava o status da Zynga como parceira especial do Facebook. Porém as cláusulas matrimoniais restringiam a desenvolvedora à rede social.

Com o novo acordo, a Zynga não precisará hospedar seus jogos na rede social, veicular os anúncios dela em seu portal nem aceitar os créditos do Facebook como pagamento por seus jogos.

Criada em 2007, três anos após a rede social, a Zynga depende dela: 90% dos US$ 316 milhões faturados no terceiro trimestre vieram do Facebook. Após o acordo, as ações da empresa chegaram a cair 13% no pós-pregão. Ontem, recuaram 0,15%.

A dependência do Facebook da receita gerada pela Zynga era um dos pontos criticados quando a rede social abriu capital, em maio.

No terceiro trimestre, a falha começou a ser equacionada. Correspondia a 14% do total, quando era de 20% no mesmo período de 2011.

Em outubro, durante a conferência para comentar os resultados do trimestre, marcado pela primeira receita consistente vinda de celulares, Zuckerberg deu mostras do desgaste na relação.

"Games no Facebook não têm um desempenho tão bom como eu gostaria, mas há duas histórias distintas. Por um lado, os pagamentos da Zynga caíram 20% no trimestre, em relação ao ano anterior. Nossa receita do resto do ecossistema cresceu 40%", disse o presidente-executivo.

Com o ambiente de de jogos no Facebook mais competitivo, a Zynga teve prejuízo de US$ 52,7 milhões no trimestre. E seu peso nas receitas do Facebook encolhe: passou de 10% para 7%.


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