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'Lanterna' tem secas anuais, escola fechada e dívida de R$ 15 milhões
MÁRIO BITTENCOURT COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM TREMEDAL (BA)Uma tarde em Tremedal é suficiente para entender por que a cidade do sudoeste baiano ostenta, segundo a Firjan, o pior índice de desenvolvimento municipal de todo o país.
Com 17 mil habitantes, o município enfrenta secas quase anuais. "Sem água, não tem indústria", reclama o atual prefeito, José Carlos Bahia (PP), que passa mais tempo na vizinha Vitória da Conquista, onde nasceu e tem sua casa. Ele não se reelegeu.
O que move a economia local são as 2.998 famílias beneficiárias do Bolsa Família, cerca de 3.000 aposentados, comerciantes e funcionários da prefeitura.
O funcionalismo foi reduzido para menos da metade neste ano, de 902 para cerca de 400 pessoas, após a Justiça exigir a dispensa de não concursados.
As escolas municipais já estavam todas fechadas na semana passada -o ano letivo na cidade terminou no início do mês.
A prefeitura diz que o calendário foi cumprido e que adiantou as aulas porque havia muita evasão.
Entre os 4.500 alunos da rede municipal não faltam críticas. "Botaram a gente para estudar às pressas, e durante as aulas faltava professor direto", disse uma aluna de 15 anos. Um colega de 17 anos reforçou as queixas: a situação deixa "todo mundo sem ter o que fazer".
AVANÇOS
Mulher do prefeito, a secretária de Educação, Dagmar Gomes, diz que a cidade tem registrado avanços no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
O atendimento à saúde também enfrenta dificuldades. Pacientes reclamam de esperas de até cinco horas no hospital municipal, onde seis ambulâncias e um micro-ônibus doados pelo governo federal se deterioram sem uso nos fundos da unidade.
O prefeito afirma que herdou R$ 15 milhões em dívidas da gestão anterior, que estão sendo pagas de forma parcelada e serão transferidas para a próxima administração.
