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Cifras & Letras

CRÍTICA PERSONALIDADE

Carlos Slim é retratado como 'el conquistador' em biografia

Livro tem boa pesquisa histórica, mas peca na construção fraca do personagem

Os mexicanos afirmam que é impossível passar um dia sem colocar dinheiro nos bolsos de Slim

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Monopolista, especulador, atravessador, conquistador e até "laranja" do ex-presidente mexicano Carlos Salinas de Gortari, do populista PRI (Partido Revolucionário Institucional), que promoveu as privatizações nos anos 1980.

É assim que o homem mais rico do mundo, o engenheiro Carlos Slim, é chamado pelos críticos nos 18 países em que tem negócios de telecomunicações. Na verdade, pouco se sabe sobre como vive e o que pensa a personalidade que fez uma fortuna de US$ 69 bilhões, passando Bill Gates, dono da Microsoft, no topo da lista da revista "Forbes".

Os mexicanos afirmam que é impossível passar um dia sequer sem colocar dinheiro nos bolsos de Carlos Slim, cujo grupo empresarial Carso atua em telefonia, petróleo, mineração, construção e setor financeiro, entre outros.

A fortuna pessoal do empresário equivale a 6% do PIB mexicano. Ele decidiu doar um quarto dessa fortuna, mas rejeita ser visto como um Papai Noel latino-americano.

Em "Carlos Slim" (Prumo), ele é retratado como uma pessoa discreta, de hábitos simples, avesso a badalações, mas com profundo talento para ganhar muito dinheiro.

O empresário apostou no México dos anos 1980 e 1990, época da crise da dívida externa e depois da desvalorização do peso, quando os demais milionários e grupos nacionais voltaram as costas para o país, levando seu dinheiro para o exterior.

Junto com os filhos, fez fortuna ao comprar empresas praticamente quebradas nas várias crises mexicanas e depois transformá-las em provedoras de serviços e produtos considerados essenciais para a vida de milhões de pessoas na América Latina. Daí ser chamado monopolista.

No Brasil, é dono da Claro, da Embratel e da Net, maior provedora de TV paga.

Para ele, o segredo do lucro é "comprar bem", lição que aprendeu com o pai libanês, mascate de armarinhos, dono do bazar "La Estrella de Oriente". O lojista buscava negociar com fornecedores lotes gigantes para obter preços imbatíveis.

"Na empresa o lucro está na compra, no comércio e nos custos. Para a indústria, imersa agora em ambiente tão competitivo, baixar os custos é como, para o atleta, reduzir os tempos", disse.

Sobre suas conexões com o PRI, partido que governou o México por 71 anos seguidos, disse: "Não tenho sócios políticos... não fazem falta".

O livro peca por ser uma coleção de discursos feitos a estudantes ou em eventos comemorativos, além de alguns poucos artigos escritos a jornais como máximas como: "Nas épocas de vacas gordas, com frequência relaxa-se a administração e as organizações se excedem, em vez de aproveitar para se capitalizar e se fortalecer" ou "tratamos de manter flexibilidade e rapidez nas decisões", que são "vantagens de pequenas empresas, que tornam grandes as grandes empresas".

Nas empresas de Slim, faz carreira a prata da casa. Poucos executivos vêm de fora. Para tocar o império, porém, ele dividiu o grupo entre seus três filhos e três genros.


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