Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Governo descarta risco de vaca louca

Brasil registrou presença do agente causador da doença, que não se manifestou; não há perigo à saúde pública

Morte de animal no Paraná, em 2010, não foi provocada pelo mal; organização mundial mantém status sanitário

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

O Brasil registrou pela primeira vez a presença do agente causador da doença da vaca louca, mas o mal não chegou a se desenvolver. Em 2010, uma vaca morreu no Paraná com esse agente, mas não manifestou a doença.

Como a vaca não morreu em decorrência do mal da vaca louca, o caso foi chamado de "não clássico" pelo Ministério da Agricultura. O governo afirma que o episódio não leva risco à saúde pública.

A OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) manteve o status do Brasil como de risco insignificante para a doença (leia mais ao lado).

É a primeira vez que se confirma a presença do príon, a proteína infecciosa que causa a doença, no Brasil.

O animal morreu em dezembro de 2010 numa fazenda no município de Sertanópolis. A princípio, exames foram feitos por suspeita de raiva, o que não foi comprovado. Outros exames realizados no país apresentaram resultados "contraditórios" com relação à encefalopatia espongiforme bovina -nome do mal da vaca louca.

Em dezembro do ano passado, as amostras foram enfim enviadas a um laboratório no Reino Unido, país que mais casos da doença teve desde a década de 1990.

O ministério afirma que houve o longo tempo para a identificação do agente da doença porque a vaca não apresentou sintomas do mal antes de morrer. Assim, não havia o sentido de urgência deste diagnóstico.

"O sistema brasileiro de vigilância é muito forte. Nosso protocolo tem o grau de segurança mais elevado possível", disse o secretário de defesa agropecuária, Ênio Marques.

O governo do Paraná minimizou o episódio. "Demos o azar de acharem aqui. Mas o Estado e o Brasil não têm culpa nenhuma. É uma mutação que ocorre em um a cada 10 milhões de animais", afirmou o secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara.

CASO ESPORÁDICO

Segundo o governo, trata-se provavelmente de uma "mutação aleatória", um caso espontâneo e esporádico, que pode ocorrer em animais ou em humanos.

Normalmente, o mal se manifesta a partir da contaminação do bovino pelo consumo de restos de tecido nervoso de ovinos em ração, algo que não existe hoje no Brasil -e a vaca em questão só se alimentava de pasto.

A doença da vaca louca preocupa as autoridades porque pode ser transmitida a humanos, por meio do consumo de carne contaminada, causando perda da função motora, demência e morte.

Segundo o diretor do departamento de saúde animal, Guilherme Henrique Marques, não se trata de uma emergência sanitária. "Foram feitas dezenas de milhares de exames nos últimos anos pelo governo brasileiro e todos deram negativo [para vaca louca]. Foi um caso pontual, eventual e raro", disse.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página