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Controle de preço faz companhia perder R$ 16,7 bilhões neste ano

MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA

O controle dos preços dos combustíveis pelo governo causou prejuízo de R$ 30,7 bilhões à Petrobras de 2003 a outubro deste ano. O valor fica próximo ao lucro obtido pela estatal em 2011, de R$ 33,3 bilhões.

Essas perdas, calculadas pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura, são resultado de defasagem dos preços que a Petrobras cobra pelo diesel e pela gasolina em relação ao praticado no exterior.

Ou seja, se a empresa tivesse vendido os combustível pelo preço de mercado, ela teria faturado R$ 30,7 bilhões a mais nesses quase dez anos.

Apenas em 2012, já são R$ 16,7 bilhões em perdas, maior prejuízo registrado em um ano desde 2003. São recursos que fazem falta num momento de forte crescimento das dívidas da empresa.

Incapaz de atender todo o mercado doméstico, a estatal importa gasolina e vende por menos do que comprou.

Nos momentos em que a inflação está alta no país, o governo obriga a empresa a manter o combustível mais barato para não pressionar ainda mais os preços.

Embora em alguns anos, em que a inflação estava mais baixa, a Petrobras tenha sido beneficiada pelo controle de preços do governo, na maioria das vezes teve prejuízo.

De 2003 a 2008, as perdas da estatal estavam acumuladas em R$ 29,6 bilhões.

Nos dois anos seguintes, com a queda da inflação devido à grave crise internacional, a estatal pôde vender combustível mais caro, recuperando parte das perdas.

A crise iniciada em 2008 derrubou valor do barril de petróleo tipo Brent de cerca de US$ 140 para menos de US$ 50. Como o barril voltou a se valorizar nos anos seguintes, os preços cobrados pela Petrobras ficaram novamente defasados. Hoje, o barril vale cerca de US$ 110.

Para o pesquisador da UFRJ Luciano Losekann, a política de controle de preço causa prejuízos ao país, já que limita a capacidade da Petrobras de investir na exploração do pré-sal.

"O aumento da extração de petróleo tem impacto importante na economia ao desenvolver a indústria petroquímica e de equipamentos."

Segundo estimativa da consultoria LCA, a defasagem do preço da gasolina vendida pela Petrobras às distribuidoras em relação ao praticado no mercado internacional chegou a cerca de 30% em setembro e recuou para aproximadamente 10% neste mês.

Apesar de o ministro Guido Mantega (Fazenda) ter afirmado que o combustível será reajustado em 2013, o economista da LCA Étore Sanchez diz que a alta não deve ser suficiente para compensar as perdas passadas.

"Teria que ser um reajuste muito grande, atingindo o [bolso do] consumidor. Não parece ser o perfil político do governo", disse Sanchez.


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