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Governo estuda meta menor e 'realista' para superavit

Avaliação é que é melhor ter projeções factíveis do que 'vender ilusões'

Segundo técnicos do governo, a estratégia em discussão prevê 'baixar a bola do pibão', após avanço fraco em 2012

SHEILA D’AMORIM VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

Em meio às discussões sobre a manobra contábil para fechar as contas de 2012, o governo passou assumir publicamente que buscará neste ano uma meta de ajuste fiscal menor, abaixo do valor fixado oficialmente.

A mudança, que inclui ainda uma projeção oficial mais realista para o crescimento da economia, faz parte de uma estratégia para ajustar o discurso oficial.

O objetivo é tentar afastar as críticas de que o governo quer algo que não é possível de cumprir, que tem uma "meta de faz de conta" e que "vende ilusão", avaliam setores da área econômica.

O martelo ainda não foi batido e o novo valor para a meta não foi estabelecido, mas defensores da tese acreditam que ganharam força com a repercussão negativa da manobra montada pelo Tesouro Nacional para atingir a economia fixada para 2012.

As operações com dividendos de bancos oficiais e dinheiro do Fundo Soberano oficializadas nos últimos dias abalaram ainda mais a credibilidade da política fiscal do Ministério da Fazenda.

Para 2013, acredita-se que a situação será melhor do que a do ano passado, mas não tão favorável.

Nas contas deste ano já há gastos e renúncias significativas. As reduções de impostos tiveram que ser maiores que as previstas inicialmente: o leque de setores beneficiados com desoneração da folha de pagamento, por exemplo, foi ampliado.

Além disso, o governo terá que bancar parte da redução do custo de energia.

Argumenta-se ainda que a economia virou o ano com um ritmo mais baixo de crescimento do que se esperava depois de todos os estímulos dados pelo governo. Dessa forma, a recuperação do nível de atividade poderá ser mais gradual do que deseja a equipe econômica.

Na avaliação de interlocutores do governo, o ajuste da meta de 2013 daria uma sinalização mais realista ao mercado, sem prejuízo ao país. Um ponto importante destacado pelos defensores da proposta é que o superavit primário ainda será de tamanho suficiente para manter em queda o tamanho da dívida pública em relação ao PIB.

PIBÃO

Segundo técnicos do governo, a estratégia em discussão prevê também "baixar a bola do pibão". Depois do desempenho ruim da economia em 2012, há convicção de que o país já conseguiu reverter esse cenário e que a retomada do crescimento é fato.

Considera-se importante neste momento a recuperação da confiança dos consumidores e, sobretudo, dos empresários.

Sem isso, os investimentos necessários para dar fôlego à economia e abrir caminho para aumento do nível de atividade sem pressão na inflação podem não sair do papel.

Uma avaliação feita recentemente em reunião da área econômica é que, para isso, é melhor ter metas e projeções mais factíveis e deixar que os números surpreendam positivamente do que ser acusado de "vender ilusão".


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