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País gasta US$ 10 mi por dia em gás para térmicas

Valor é dispendido desde outubro pela Petrobras na importação de GNL

Estatal é obrigada, por contrato, a vender o gás liquefeito por um preço fixo à maioria das distribuidoras

DENISE LUNA LUCAS VETTORAZZO DO RIO

Para manter as usinas térmicas do país funcionando e atender a demanda por energia elétrica, a Petrobras gastou, em média, US$ 10,3 milhões por dia desde outubro na importação de GNL (Gás Natural Liquefeito). O gasto em um mês, portanto, pode chegar a US$ 309 milhões.

Desde outubro, a Petrobras importa em média 15,5 milhões de metros cúbicos de GNL por dia para abastecer usinas térmicas no país.

De acordo com a presidente da estatal, Graça Foster, o custo dessa importação fica em torno de US$ 18 por milhão de BTU (unidade internacional de medida do gás).

Com o auxílio do presidente da consultoria Gas Energy, Marco Tavares, a Folha calculou o custo com a importação do produto. Segundo Tavares, para comprar 15,5 metros cúbicos, seriam gastos, então, US$ 10,3 milhões.

Isso, contudo, não quer dizer que a empresa tenha prejuízo com a operação.

O gás é revendido para as distribuidoras, mas o valor cobrado não foi revelado pela estatal.

FIXO X VARIÁVEL

Por questões contratuais, no entanto, a estatal é obrigada a vender o GNL por um preço fixo à maioria das distribuidoras, enquanto paga um valor variável no mercado internacional.

Segundo o consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o preço de venda estaria em torno de US$ 8 por milhão de BTU.

A empresa tem pago mais no mercado internacional para conseguir o combustível, admitiu ontem a presidente da estatal, Graça Foster, devido à concorrência com os clientes do hemisfério Norte.

"Há competição de GNL na Europa, no Japão, por causa do frio. Eles [fornecedores] veem a situação no Brasil [da seca dos reservatórios] quando vão vender, aí já viu", disse Graça.

A executiva informou que, apesar de a empresa ter capacidade para receber até 27 milhões de metros cúbicos de GNL por dia em seus terminais, vem comprando apenas o referente a 18 milhões de metros cúbicos.

Segundo Graça, "não há a menor condição de falta de gás no Brasil".

Ela afirmou que as reduções de fornecimento que vêm sendo feitas para alguns clientes, inclusive a própria empresa, obedecem a uma lógica econômica.

A importação de GNL já afetou o balanço da companhia até setembro. De janeiro a setembro, o lucro da área de Gás e Energia, que contabiliza as importações, caiu 57% em relação ao mesmo período do ano passado.

Graça afirmou que as termelétricas Barbosa Lima Sobrinho e Termoceará, da estatal, estão operando a óleo em lugar de gás por ser mais lucrativo para a Petrobras.

Ela anunciou que substituiu também por óleo combustível o fornecimento de gás de um cliente do Espírito Santo, mas não divulgou o nome.

Outra medida foi reduzir o fornecimento de gás para as fábricas de ureia da companhia (Fafen Bahia e Fafen Sergipe), o que não fazia desde 2010.


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