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Análise
Próximos dias vão revelar termômetros da economia
MARCELO KFOURY MUINHOS ESPECIAL PARA A FOLHANos próximos dias, vários indicadores serão divulgados, apontando tendências da economia.
Nas vendas ao varejo, os indicadores antecedentes já disponíveis (vendas de supermercados, cheques devolvidos) remetem a um aumento de 0,9% em dezembro sobre o mês anterior e de 7,3% sobre dezembro de 2011. As vendas de varejo ampliadas, que incluem carros e materiais de construção, devem ter resultado ainda mais expressivo.
Outro importante indicador da semana é o IBC-BR. Dado que a produção industrial de dezembro foi zero e é esperado um resultado positivo das vendas ao varejo, esse indicador, que tenta antecipar o PIB, deve vir ligeiramente positivo: 0,2% m/m.
Já o IPCA-15 deve chegar a 0,65%, de acordo com a análise de projeção do Citi. Esse resultado poderá apresentar alguma melhora em relação aos índices de inflação de janeiro, pois o recuo dos preços da energia diminuirá em 0,5 p.p. a inflação mensal.
Em contrapartida, será possível sentir a força do reajuste anual dos gastos de educação, que, no caso do IPCA, sempre incide em fevereiro, e do aumento da gasolina, com um impacto de 15 bps (ou seja, 0,15 ponto percentual).
A conta-corrente de janeiro será outro indicador importante. O resultado da balança comercial foi deficitário em US$ 4 bilhões. Além disso, é projetado um deficit de US$ 5,2 bilhões na conta de rendas e serviços, totalizando então um deficit de US$ 9 bilhões, um recorde negativo nas contas externas.
Esse cenário foi em parte compensado pelo investimento estrangeiro direto que, por estimativa, irá a US$ 4,5 bilhões no mês e US$ 64 bilhões nos últimos 12 meses.
A semana contará também com a divulgação do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que apresenta uma expectativa de fragilidade nas contratações formais. Os índices contradizem a pesquisa mensal de emprego do IBGE, que apresentou um mercado de trabalho bastante apertado.
Por último, a confiança do empresário industrial de fevereiro deve continuar com uma melhora discreta, demonstrando uma falta de fôlego para investimentos vultosos no setor.
MARCELO KFOURY MUINHOS é superintendente do departamento econômico do Citi Brasil.