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Caminhão ganha espaço de trem na ida ao porto de Santos
Maior terminal do país diz que transporte rodoviário de cargas cresceu 51,5% em fevereiro e ferrovia caiu 6,8%
Crescimento do tráfego de caminhões na safra tem congestionado diariamente a principal via da Baixada Santista
A expansão das venda de milho para o exterior fez o transporte de caminhões aumentar seu movimento de carga em 51,5%, no mês passado, no porto de Santos, o que ajuda a explicar os congestionamentos na região.
Ao mesmo tempo, a ferrovia diminuiu sua movimentação de carga em fevereiro, perdendo participação no transporte para o porto que é o maior complexo para a importação e a exportação do país, segundo levantamento da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).
O transporte rodoviário -mais caro e poluente- movimentou 1,58 milhão de toneladas em fevereiro, 51,5% mais que em igual período do ano passado.
O aumento da circulação de caminhões na Baixada Santista tem provocado constantes congestionamentos na rodovia Cônego Domênico Rangoni, antiga via Piaçaguera-Guarujá. Ontem, por exemplo, a fila na estrada chegou a 19 quilômetros de extensão.
A perda de participação do transporte ferroviário ajuda a explicar a expansão do rodoviário. Os dois sistemas de transporte por trens em Santos -formados pela ALL (América Latina Logística) e a MRS Logística- movimentaram 1,4 milhão de toneladas em fevereiro, 6,8% menos que no mesmo mês de 2012.
O presidente da Anec (Associação Nacional de Exportadores de Cereais), Sérgio Mendes, disse que a ALL não tem cumprido os volumes contratuais acordados com alguns exportadores.
Ele não mencionou quais empresas não estão conseguindo embarcar os volumes contratados.
Novidade no agronegócio brasileiro, o aumento da exportação de milho também influenciou o maior fluxo de caminhões, segundo a Anec.
A Anec diz que metade das 3 milhões de toneladas de milho exportadas pelo Brasil entre janeiro e fevereiro foi carregada em Santos, sendo que 40% vieram de caminhão. Isso representa cerca de 15,4 mil caminhões a mais circulando na região entre janeiro e fevereiro, início do escoamento da safra de grãos.
A solução pode ser o terceiro estacionamento de caminhões na região da Baixada Santista. Uma área de 250 mil metros quadrados da ex-Rede Ferroviária Federal será cedida à Codesp para a construção de um pátio para caminhões. O projeto terá ainda de ser licenciado.
OUTRO LADO
A ALL negou que descumpra acordos contratuais assinados com exportadores. A operadora disse ainda que movimentou 1,47 milhão de toneladas em fevereiro, mesmo volume registrado no mesmo mês de 2012.
A empresa afirma também que ajudou a elevar de 22% para 23% a participação da ferrovia na movimentação de carga em Santos de 2011 para o ano passado.
Procurada, a MRS Logística não se pronunciou sobre os dados da Codesp.