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"Estamos no pântano, mas vamos atravessá-lo", diz diretor do BC venezuelano

DA ENVIADA A CARACAS

Numa esquina no bairro de El Valle, em Caracas, reuniu-se ontem um grupo entusiasmado pela então iminente vitória de Nicolás Maduro.

Companheiros de colegial, de seu primeiro movimento, a Liga Socialista, e sindicalistas que o ajudaram a criar a Força Bolivariana de Trabalhadores, nos anos 90, discutiam os desafios futuros de Maduro.

Lá estava um dos mais próximos aliados de Maduro, José Khan, "el chino Khan". O diretor do Banco Central da Venezuela acaba de ser nomeado vice-presidente do Cadivi (Comissão de Administração de Divisas), órgão central no controle de câmbio --um dos nós da economia.

À Folha, Khan admitiu que a situação econômica é "um pântano a ser atravessado", mas afirmou que qualquer ajuste a ser feito não será à custa das classes populares.

Leia a seguir trechos da entrevista.

(FM)

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Folha - Há problemas na economia, como a taxa de câmbio e a inflação. Vai haver ajustes econômicos?

José Khan - O ajuste não pode ser contra a população. Não fizemos nem nos piores momentos, em 2008, em 2010. Nunca reduzimos o gasto social, o investimento no povo, porque não é um gasto.

Haverá caixa para evitar isso?

Buscaremos. Se o governo tiver de reduzir algo, serão os próprios gastos. Estou certo de que podemos fazê-lo.

Apesar da desvalorização, o dólar paralelo segue ao menos o triplo do oficial. O que se pode esperar?

A Venezuela tem o nível adequado de dólares para sua economia. O problema é que há uma utilização do dólar como elemento para se enriquecer pelo câmbio. O Cadivi está sendo reorganizado para ir atacando os pontos críticos. O presidente Maduro já lançou a missão anticorrupção, que vai nos garantir que esse problema seja minimizado.

Os eleitores chavistas afirmam que Maduro não tem um "cheque em branco". É uma pressão?

É uma pressão, temos gente muito crítica. Maduro já disse "não sou Chávez". Ele vai começar com a cartilha de Chávez e tem limitações.

Temos que subir um morro, é verdade. Agora estamos num pântano. E estou seguro de que vamos passar por ele com unidade, participação do povo e uma boa gestão. Por isso Maduro deu ênfase à missão anticorrupção. A impunidade sempre existiu, mas temos que lutar contra. E isso significa que teremos de tomar decisões, caia quem caia.

Em entrevista, o ex-presidente Lula sugeriu a Maduro ampliar a base política. Nos bastidores, aconselha que ele caminhe mais ao centro. Podemos esperar moderação?

Se a moderação vai contra o bem-estar, contra os setores populares e é só para dar mais liberdade aos setores que por 50 anos dominaram a economia venezuelana, não creio que vá haver moderação. Chávez disse que Nicolás tem que governar com o povo.


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