Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Candidato paraguaio quer usar mais energia de Itaipu

Efraín Alegre, um dos favoritos, quer rediscutir preço de energia vendida ao Brasil

País utiliza apenas 5% da energia e vende o resto ao Brasil; eleição presidencial ocorre no próximo domingo

ISABEL FLECK ENVIADA ESPECIAL A ASSUNÇÃO

Se vencer as eleições no Paraguai no próximo domingo, o liberal Efraín Alegre, 50, pretende utilizar boa parte da energia de Itaipu que hoje é vendida ao Brasil na industrialização do país.

"Para o Paraguai, muito mais importante que os dólares que possam ingressar com a cessão de energia é a geração de emprego com as indústrias que venham a se instalar no país", disse à Folha o candidato do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), que aparece em segundo lugar na maioria das pesquisas de intenção de voto (mas ultrapassa o colorado Horácio Cartes em algumas).

O tratado de Itaipu prevê que cada lado fique com 50% da energia. Como o Paraguai só consome 5%, vende o restante de sua quota ao Brasil por US$ 8,40 cada MW/h (valor bem abaixo do pago em leilões de energia no Brasil entre 2004 e 2011: US$ 61 para cada MW/h, em média).

Para o Brasil, o impacto pode ser grande: Itaipu representa cerca de 17% da energia consumida no país.

Folha - O presidente Federico Franco, também liberal, disse que o Paraguai deveria parar de ceder' energia de Itaipu ao Brasil. O senhor concorda?
Efraín Alegre - Entendo que o presidente Franco sinalizou a necessidade de o Paraguai utilizar sua energia. Não se trata de não a ceder. Se não a utilizarmos, temos que cedê-la ao Brasil.
E é importante para o país que usemos nossa energia para a indústria. O Paraguai precisa gerar emprego.
Muito mais importante que os dólares que possam ingressar com a cessão de energia é a geração de emprego com as indústrias que venham a se instalar no país.
Mas podemos encontrar uma política que beneficie os dois países.

Mas o sr. considera que é preciso renegociar o preço pago pelo Brasil?
Enquanto estivermos cedendo energia, vamos discutir preço. Mas o Paraguai pode usar sua energia como fator de desenvolvimento para toda a região. Há vários setores da indústria brasileira, por exemplo, com problema de competitividade no Brasil, pelos custos, e que são bem competitivas no Paraguai. Que esta indústria esteja no Paraguai, utilize nossa energia. Isso é o que queremos.

Há setores da sociedade paraguaia que defendem que o país não volte ao Mercosul. O sr. considera essa possibilidade?
O Mercosul é importante para o Paraguai, assim como o Paraguai é importante para o Mercosul. Estamos vivendo uma crise nas relações por causa de uma conjuntura que se deu no Paraguai, mas, a partir de 21 de abril, o nosso esforço será restabelecer a normalidade do bloco, pelos caminhos dos tratados.

Esta volta seria um momento para fazer exigências ao bloco?
Claro que vão ser negociadas várias questões, e é uma oportunidade de fazê-lo. O Paraguai poderia fazer como o Uruguai [que assinou um acordo de livre comércio com o México fora do bloco].

Se eleito, seu governo aceitará a Venezuela no Mercosul?
O Partido Liberal era o que havia recomendado aos parlamentares o voto pela incorporação da Venezuela. Então não temos um problema de ordem ideológica. Mas é preciso que isso seja votado pelo Congresso paraguaio.

O que mais preocupa os brasiguaios é a questão jurídica sobre as terras em que produzem. Como seu governo trataria a questão?
Franco deu segurança aos produtores e, entre eles, os brasiguaios. O campo foi pacificado, e vamos consolidar isso. A lei de zona fronteiriça [que proíbe a estrangeiros ter propriedades próximo à fronteira] oferece segurança a todos os que compraram a terra antes da vigência da lei.

Quais seus planos para a reforma agrária?
Vamos trabalhar em uma linha parecida com a do Brasil: vamos gerar um ministério de desenvolvimento rural, para trabalhar com o pequeno produtor, que é o grande deficit que temos hoje.

Se vencer, o sr. considera uma aliança com os colorados?
Desde a queda de Stroessner, nenhum partido tem o controle majoritário do Congresso. Serão necessários acordos com distintos setores, inclusive o Colorado.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página