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China critica de maneira indireta EUA em relatório
Defesa acredita que país enfrenta ameaças
O Ministério da Defesa chinês publicou ontem um relatório em que diz que o país enfrenta "múltiplas e complicadas ameaças à segurança". Analistas consideraram o documento uma crítica disfarçada aos EUA, já que o governo Obama tem reforçado sua presença militar e alianças na região da Ásia-Pacífico.
Pequim vê com inquietação aquilo que Washington descreve como um "reequilíbrio" de forças na região. A China alega que essa política encorajou Japão, Filipinas e Vietnã a se tornarem mais assertivos em antigas disputas territoriais com Pequim.
O documento acrescenta que a estratégia dos EUA implica "mudanças profundas" para a Ásia. "Há alguns países que estão fortalecendo suas alianças militares na Ásia-Pacífico, expandindo sua presença militar na região e frequentemente tornando a situação local mais tensa", diz o dossiê numa provável alusão aos EUA.
No relatório, a China também afirma que não tem interesses hegemônicos e que suas Forças Armadas jamais atacariam um país sem antes terem sido atacadas.
O documento também traz informações sobre o tamanho da Defesa chinesa. Segundo o relatório, 850 mil soldados compõem o Exército, 235 mil a Marinha e 398 mil a Força Aérea. Não foram divulgados dados sobre as outras duas divisões das Forças Armadas chinesas: a de artilharia, responsável pelo armamento nuclear e mísseis, e a Polícia Armada, que intervém em manifestações e protestos.
Em março, a China anunciou um aumento superior a 10% nos seus gastos militares para 2013, atingindo o equivalente a US$ 119 bilhões. O país está envolvido em disputas pela posse de ilhas nos mares do Sul e Leste da China.