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Análise

Futuro do país asiático é de incerteza e até de medo

CYRIL ALMEIDA DO "GUARDIAN"

Nunca pareceu que valeria a pena. Após quatro anos de exílio autoimposto, Pervez Musharraf retornou ao Paquistão no mês passado. Agora o ex-presidente abandonou um tribunal depois de ser emitida uma ordem para sua prisão. Ele tinha retornado ostensivamente em busca de algo. O quê, exatamente?

Desde sua deposição humilhante pelos próprios políticos que ele passou quase dez anos tentando manter longe do poder, Musharraf parecia ansioso para retornar ao Paquistão, que ele acreditava que o receberia de braços abertos, e até liderar o país novamente. Mas o Paquistão já mudou de modo irrevogável desde sua época na Presidência.

Apesar do repúdio pelo modo como o PPP, de Asif Zardari, governa há cinco anos, e pouco entusiasmo genuíno diante da possibilidade de o PML-N, de Nawaz Sharif, governar o país pela terceira vez, uma coisa está clara: as chances de Musharraf ser reeleito ou de seu partido ter alguma participação no próximo Parlamento são nulas.

Politicamente, Musharraf é hoje o que Imran Khan foi em meados dos anos 1990, quando o célebre jogador de críquete e filantropo lançou-se na política: um nome famoso que recebe uma parte desproporcional da atenção da mídia, mas cujo poder de atração é mínimo junto ao público eleitor.

Agora que o Judiciário o impediu de candidatar-se na eleição geral, Musharraf enfrenta uma porção de problemas legais, fato que foi destacado quando, ontem, um tribunal rejeitou seu pedido de extensão da fiança concedida no mês passado.

Talvez Musharraf ainda possa voltar a viver no exterior --até hoje, nenhum chefe do Exército foi julgado ou encarcerado no Paquistão, país onde as Forças Armadas ainda exercem influência enorme--, mas seu obituário político foi escrito há muito tempo.

O que o futuro traz para o país como um todo, porém, é um mundo de incerteza e até mesmo medo.


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