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Metade da população da Síria precisará de ajuda ao fim do ano
ONU diz que refugiados crescem em ritmo sem precedentes
O Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) alertou ontem que a continuidade da guerra civil na Síria fará com que, até o fim do ano, mais da metade da população do país dependa de ajuda humanitária para sobreviver.
Segundo a ONU, 6,8 milhões de sírios já precisam de ajuda externa atualmente.
A previsão da entidade é que até o fim do ano esse número chegue a 10 milhões --mais da metade da população que o país tinha antes do início da guerra.
Segundo Antonio Guterres, do Acnur, o conflito entre as forças fieis ao ditador Bashar Assad e rebeldes que tentam tirá-lo do poder já pode ser considerado mais destrutivo do que as guerras do Iraque e do Afeganistão --especialmente por causa das possíveis consequências geopolíticas, já que o conflito tem alimentado o sectarismo na região.
Para ele, a situação no país do Oriente Médio é o pior desastre humanitário desde o fim da guerra fria.
"Eu não me lembro de nenhuma outra crise em que houvesse mais de 8.000 pessoas por dia [atravessando as fronteiras]", disse ele, citando o número médio de fugas diárias desde fevereiro.
Segundo o Acnur, o total de refugiados que deixaram o país nos últimos dois anos chega a 1,3 milhão.
O número é menor do que o de pessoas que deixaram o Iraque e o Afeganistão na última década, mas está crescendo em ritmo mais rápido do que ocorreu nesses dois países.
Campos de refugiados na Jordânia, na Turquia e no Líbano oferecem condições precárias de abrigo.
Além disso, o órgão estima que existam ao menos outros 3 milhões de pessoas que permanecem no país, mas tiveram que deixar suas casas em decorrência do conflito que já passa de dois anos.
