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Corte de juros é novo impasse na Europa

Apesar de analistas e países em crise verem espaço para redução da taxa de juros, governo alemão pede aumento

Banco Central Europeu decidirá assunto na próxima semana; para especialistas, redução não trará grande alívio

RODRIGO RUSSO DE SÃO PAULO

Às vésperas da próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE), que ocorre na próxima quinta-feira, dia 2, e definirá os rumos das taxas de juros na região, cresce o debate sobre se a instituição deve alterar a taxa referencial, atualmente já no mínimo histórico de 0,75% ao ano.

Enquanto analistas, mercado e países em crise pedem novo corte, para que os juros caiam para 0,5% ao ano, o governo alemão se manifestou a favor de taxas mais altas.

Durante a semana, Angela Merkel afirmou que "para a Alemanha, o BCE teria, na verdade, de elevar ligeiramente as taxas no momento, mas, para outros países, teria de fazer ainda mais...principalmente para que a liquidez alcance as empresas".

A chanceler reconheceu que a posição da instituição é difícil, mas sua fala é incomum --o governo alemão normalmente não se manifesta sobre a política monetária da zona do euro em respeito à independência do BCE.

Analistas ouvidos pela Folha avaliam que o BCE deve cortar a taxa de juros, mas que a medida não trará grande alívio para a crise no bloco que usa a moeda única.

"Duvida que uma redução dos juros tenha um grande impacto no estímulo ao crescimento, mas a economia da zona do euro no geral precisa de toda ajuda que puder obter --então mesmo um impacto modesto é melhor que nada", afirma Howard Archer, economista-chefe para zona do euro da consultoria IHS Global Insight.

Sua consultoria aposta que o corte nos juros pode ocorrer já na quinta-feira. Para a IHS Global Insight, não reduzir a taxa na próxima reunião é "adiar o inevitável".

Diferentemente do Brasil, onde a preocupação com a alta da inflação faz com que o governo aumente a taxa de juros, a zona do euro registra a menor inflação dos últimos 30 meses: 1,7%, o que oferece margem para cortes.

Até mesmo dados vindos da Alemanha oferecem espaço para a manobra do BCE, pois mostram que a região dificilmente terá resultados positivos de PIB neste semestre.

Nesta semana, uma pesquisa indicou que a produção do setor privado do país (indústria e serviços) teve em abril sua primeira queda desde novembro de 2012.

Ramon Pacheco, professor de estudos europeus no King's College de Londres, também crê que a instituição cortará juros, mas não acha possível saber quando isso ocorrerá. Para Pacheco, essa medida não é fundamental à economia da região.

"A zona do euro precisa de um pacote de estímulo ou do relaxamento da austeridade. A redução da taxa de juros, em um patamar já bastante baixo, provavelmente terão pouco ou nenhum impacto econômico. Assim, penso que o crescimento não será significativamente incentivado por essa via."


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