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Austeridade alemã prejudica Europa, diz Prodi

Ex-premiê italiano também critica sistema de tomada de decisões no bloco econômico

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A ASTANA (CAZAQUISTÃO)

A recessão na zona do euro se prolonga devido ao processo lento de decisão dos países e à insistência desnecessária da Alemanha em controlar a inflação com austeridade, na avaliação do ex-premiê italiano Romano Prodi.

"A crise é tão profunda e longa porque é preciso unanimidade ou decisões multipolares e, na Europa, não há um consenso geral", disse Prodi, em entrevista a três veículos, entre os quais a Folha, durante um fórum econômico no Cazaquistão.

"Isso sempre tem sido a Europa, um feito fantástico, mas foi preciso muito tempo para construí-la. Agora estamos meio cozidos e meio crus", continuou.

Premiê durante dois mandatos, o centro-esquerdista Prodi, 73, foi o responsável pela adoção do euro pela Itália e também presidiu a Comissão Europeia.

Por outro lado, Prodi disse que a Alemanha está "obcecada" com o controle da inflação, o que prejudica a Europa e o próprio país. "A Alemanha tem um enorme superavit comercial, inflação zero e crescimento zero. Trata-se de um caso típico, em qualquer país independente, em que você coloca combustível no seu motor."

Para o político italiano, a explicação para essa política austera está na resistência da opinião pública: " Os alemães se convenceram de que qualquer ação nesse sentido não será em favor da Alemanha, mas dos europeus preguiçosos' como você e eu. Portanto, politicamente não é conveniente, mas eu realmente não entendo essa posição."

A zona do euro está em recessão há 18 meses, o mais longo período de sua história. Divergências sobre a melhor forma de lidar com a crise têm provocado atritos entre a Alemanha e outros países do bloco, como a França.

Questionado sobre a tumultuada política italiana, Prodi disse que o surpreendente Movimento Cinco Estrelas, que elegeu neste ano a terceira bancada do Congresso com um discurso contra os partidos tradicionais, não é um fenômeno só italiano.

"Se você contar os partidos estruturados na Europa, só a Alemanha tem jovens, nos outros países eles não são mais atraídos. Acho isso muito perigoso, mas não sabemos a direção que estamos tomando."


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