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Análise

Afrouxamento na UE pode não beneficiar alvos da medida

BRUXELAS ESTÁ CEDENDO DIANTE DE CRÍTICOS DA POLÍTICA DE AUSTERIDADE

DO "FINANCIAL TIMES"

O guinchado ouvido ontem vindo de Bruxelas foi o som de um trem dando meia-volta. A zona do euro recuou de repente em sua abordagem da crise financeira.

Antes, o mais importante era reduzir os deficit orçamentários. Agora, os países serão autorizados a superar o limite de deficit de 3%, que é uma das pedras fundamentais do euro. Em troca, os países da zona do euro estão prometendo empreender reformas estruturais. Pode ser, no dia de São Nunca.

Na realidade, Bruxelas está cedendo diante da necessidade política. Seus críticos argumentam que a austeridade não está funcionando.

A crise na zona do euro coincidiu com ou provocou uma recessão paralisante em países como Grécia, Irlanda e Espanha e fez o desemprego subir às nuvens. O esforço para alcançar alvos fiscais prejudicou o crescimento econômico, e isso tornou os alvos ainda mais difíceis de serem alcançados.

Tudo isso é verdade. Mas a folha de balanço da austeridade é ambígua, na pior das hipóteses. O PIB da zona do euro encolheu 0,6% em 2012, mas o deficit fiscal caiu de 3,6% do PIB em 2011 para cerca de 2% no ano passado.

É irônico que a maior mudança de posição, passando a ser contrária à austeridade, venha de dois países onde o impacto desta tem sido mínimo: França e Itália.

Todas as mudanças ocorridas recentemente na Itália parecem ter tido por meta deixar tudo igual. O primeiro ato do novo governo italiano foi revogar um aumento de impostos de € 8 bilhões.

No entanto, não é evidente que uma redução no ritmo da austeridade vá beneficiar os dois países: ambos já têm altos níveis de dívida, e a margem para gastos públicos maiores é limitada.

É verdade que a fase aguda da crise da zona do euro parece ter chegado ao fim. As Bolsas europeias subiram bem neste ano, e os rendimentos dos títulos governamentais se estabilizaram em níveis bastante inferiores aos de um ano atrás, graças à posição de "fazer o que for preciso" assumida pelo Banco Central Europeu.

Mas há poucos sinais de recuperação do setor privado nos países-membros atingidos pela crise. É neles que as reformas são urgentes, para liberar os fluxos de crédito e os mercados de trabalho.

Ao ceder diante de um sentimento exagerado de fadiga das reformas, Bruxelas se vê sem a alavancagem necessária agora para assegurar que isso aconteça.


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