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Análise

Mexicanos precisam de rigor dos EUA, não só de esperança

RODRIGO CAMARENA DO "GUARDIAN"

A visita do presidente Barack Obama ao México, no mês passado, tinha por objetivo aprofundar os já íntimos elos comerciais e culturais entre México e EUA --o que marcou a ocasião como um dos raros momentos em que as preocupações de segurança não foram a ênfase no diálogo.

Ao transferir a conversa das drogas e do crime organizado para a energia não poluente e o ensino superior, Obama não apenas estava tentando influenciar a audiência dos EUA --que, em breve, deve considerar a reforma da imigração e a intensificação na integração regional--, mas também validando um presidente mexicano recém-eleito.

Desde que assumiu, em dezembro, Enrique Peña Nieto vem tentando forçar as principais forças políticas mexicanas a aprovar reformas estruturais e tem empregado a imensa máquina de comunicação do governo para instilar um senso de otimismo.

A comunicação do governo, com Nieto, assumiu um tom mais esperançoso, implorando aos cidadãos que tomem parte nas mudanças.

O que falta nessa ensolarada narrativa, contudo, é a validação por seu mais importante aliado, os EUA. Monitores internacionais continuam destacando as violações de direitos humanos que seguem incontidas no México e o alto índice de homicídios.

"Vim ao México porque acredito que seja hora de deixarmos de lado as velhas mentalidades, que seja hora de reconhecer novas realidades, entre as quais o impressionante progresso do México atual", disse Obama durante a visita.

E, no entanto, esse México remodelado continua a mostrar as mesmas disfunções do passado recente.

Um exemplo é a trégua de Peña Nieto com os partidos oposicionistas. O pacto recentemente começou a correr o risco de colapso, depois que surgiram rumores sobre um vasto esquema de compra de votos durante as eleições no Estado de Veracruz.

No momento em que os norte-americanos tentam reformular sua relação com o vizinho, fariam bem em manter estreita vigilância quanto às confusas posições do novo governo sobre segurança.

Os EUA não deveriam só falar do futuro, mas reforçar os princípios democráticos que propelirão as mudanças do México já hoje.


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