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Violência gerada pelo narcotráfico é desafio para o país

DE BUENOS AIRES

"O que está acontecendo no México é pior do que se pode ver nesse filme." Assim Amat Escalante agradeceu pelo prêmio de melhor diretor recebido em Cannes na última semana.

Seu filme, "Heli", comoveu a crítica com a história de uma família pobre vítima de violência e tortura em um pequeno povoado do centro do país.

Os mortos pelo narcotráfico são a principal mancha na história mexicana recente.

Durante a gestão Felipe Calderón (2006-2012), houve uma tentativa de enfrentar militarmente o problema.

A consequência foi dar lugar a uma guerra que deixou mais de 60 mil mortos e 100 mil desaparecidos, segundo dados oficiais e de entidades de direitos humanos.

As disputas de poder regionais entre os principais cartéis, como os Zetas (com base no nordeste do país) e o de Sinaloa (com base na costa oeste), deixam governadores de províncias de mãos atadas.

Em alguns departamentos, como o de Michoacán, já não há mais ação da polícia nem do Exército.

"É a primeira província simplesmente sem lei. Temo que possa ser o destino de muitas outras", diz Roger Bartra, sociólogo e professor da Universidade Nacional Autônoma do México.

A estratégia do PRI para combater o problema, oficialmente, é criar uma nova milícia regional, processo que está em curso.

Extraoficialmente, porém, circulam notícias de acordos feitos entre o PRI e os cartéis. "Basicamente, pedem que os narcotraficantes diminuam as mortes, mas permitem que sigam operando. É o modo tradicional do PRI de lidar com o tema", afirma Bartra.

SEM NOTÍCIA

Outra medida polêmica foi fazer um pacto com meios de comunicação do país para que não noticiem mais os atos de violência.

"Se uma pessoa vê os jornais, a televisão e se informa apenas por aí, não tem ideia de que há uma guerra neste país", afirma o sociólogo.

Paralelamente a isso, a imprensa se vê ameaçada pela ação direta dos criminosos.

O México é o país mais perigoso na América Latina para a atuação no jornalismo. No ano passado, foram 12 profissionais assassinados no exercício da profissão.

"Com isso, cresce a autocensura, causada pelo medo. A tendência é que estejamos cada vez menos informados sobre o que acontece", diz Bartra.


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