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Ato na praça tem dia 'paz e amor', mas tensão segue

ALICE MARTINS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA EM ISTAMBUL

No quinto dia de protestos na praça Taksim, no coração de Istambul, a polícia se manteve do lado de fora das barreiras erguidas pelos manifestantes. O clima foi de "paz e amor", com hippies, músicos e pessoas fantasiadas circulando em meio à multidão.

"Este é o maior ato não político de todos os tempos!", afirmou um manifestante. Ao lado dele, sentado na grama e bebendo uma Efes, a cerveja local, estava Muhip Tezcan, membro do Partido Revolucionário Socialista dos Trabalhadores (DSIP, na sigla em turco): "O ato é político, mas não é organizado".

Integrantes do DSIP montaram uma barraca no parque Gezi, vizinho à Taksim, e prometeram que não deixarão o local até que Erdogan dê garantia de que a área não será destruída pela obra de um shopping --o estopim das manifestações.

Apesar da tranquilidade de ontem, o cenário na praça é de caos. Paredes de prédios ao redor foram pichadas. Alguns carros e até um ônibus foram destruídos e estão sendo usados como barreiras pelos manifestantes.

Um edifício abandonado que fica em frente à praça está sendo usado como um mural gigantesco para cartazes e bandeiras. Os que estavam no topo do prédio entoavam gritos como "Resistiremos! Venceremos!". Quem estava na praça respondia em coro.

"Começamos a lutar pelas árvores. Mas agora é muito mais que isso. Queremos que o [premiê] Erdogan deixe o governo", diz Sedat, morador há 40 anos do bairro onde fica o parque Gezi e que preferiu não dar o sobrenome.

Sedat afirma que "manter as rédeas deste país tornou-se uma tarefa quase impossível para Erdogan".

A cada dia fica mais claro que a polêmica do shopping foi só uma oportunidade para a população expressar sua insatisfação com o autoritarismo do primeiro-ministro.

"Ele é um ditador!", gritou uma mulher. "Não nos importamos com política, queremos liberdade! Ele está invadindo as vidas das pessoas, especialmente as mulheres, com a proibição do aborto. E agora tem essa lei para controlar a venda de bebidas alcoólicas", afirmou outra manifestante. Embora o governo fale em diálogo, até ontem ninguém na praça cogitava se desmobilizar.


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