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Análise

Monitoramento pode ter diversas implicações na vida cotidiana

IAN BROWN DO "GUARDIAN"

O que os "inocentes" têm a temer sobre as revelações sobre a tecnologia de monitoramento dos EUA?

As ferramentas de garimpagem de dados avançaram rapidamente nos últimos dez anos, e hoje é possível traçar um retrato detalhado da vida de uma pessoa mesmo a partir de poucas informações.

Esse retrato pode acabar tendo consequências na vida real, como dificuldades para conseguir vistos de viagens, um emprego ou a obtenção de seguro-saúde e crédito bancário.

Com o processamento de grandes quantidades de dados é possível discernir vários tipos de padrões interessantes dentro das atividades cotidianas das pessoas.

Talvez você já imagine que os alimentos gordurosos e açucarados que aparecem em seu cartão fidelidade do supermercado possam interessar convênios médicos --mas sabia que passar muito tempo de deslocamento entre casa e trabalho ou muitas horas assistindo à TV também são fatores confiáveis de previsão de uma vida mais curta?

Esse tipo de abordagem requer quantidades enormes de dados e potência de computação. Sabemos que a NSA possui as duas coisas. Seu novo Centro de Dados no Utah, que custou US$ 2 bilhões e será inaugurado em setembro, teria capacidade de processar trilhões de terabytes.

Quem está falando com quem, a partir de que local, somado a dados sobre sites na internet visitados, podem ser informações tão reveladoras quanto o monitoramento do teor de telefonemas e e-mails. Porém, é algo que recebe muito menos proteção legal nos Estados Unidos.

A lei americana relativa ao monitoramento fora do país é clara: pessoas não americanas fora dos EUA são alvos legítimos e não gozam de proteções constitucionais. No entanto, esse monitoramento não se limita a finalidades estritamente de segurança nacional e contraterrorismo.

Pode não ser mais verdade que "cavalheiros não leem a correspondência uns dos outros", como disse no passado o ex-secretário de Estado americano Henry L. Stimson.

Portanto, precisamos agora de uma discussão global sobre até onde as agências de inteligência devem avançar na realização desse amplo monitoramento e análise e quais proteções legais e mecanismos de fiscalização devem existir.


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