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Diretor diz que vigilância evitou "dúzias de atentados"
RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTONO diretor da NSA (Agência de Segurança Nacional), general Keith Alexander, disse ontem em audiência no Senado americano que "dúzias de atentados" foram desbaratados graças aos programas de vigilância de telefonemas e emails da agência.
Ele defendeu o caráter reservado dos programas. "Se os terroristas souberem todas as maneiras que temos de pegá-los, americanos vão morrer", afirmou.
Interrogado por uma comissão de senadores, o general disse que a vigilância é necessária para "defender a democracia e as liberdades civis dos americanos" e manter o país em "segurança".
Ele afirmou ainda que divulgará números e dados sobre programas como o chamado Prism, que tem acesso a servidores de gigantes da internet. "Quero mostrar aos americanos que somos transparentes aqui", afirmou.
Os senadores se dividiram entre elogiar o trabalho da NSA ou criticar a espionagem.
"A noção de que nossos emails e telefones estão sendo monitorados, mesmo sem saber quem é terrorista ou não, não é nada fácil de aceitar", disse o republicano Mike Johanns, de Nebraska.
A democrata Mary Landrieu, de Louisiana, disse que tinha "orgulho" de ter "um general quatro estrelas" à frente da NSA e que o país precisava agradecer pelo trabalho de monitoramento.
Outro democrata, o senador Tom Udall, do Novo México, disse que o "elefante na sala" era saber o tamanho da coleta de dados.
O general Alexander disse que o conteúdo de emails e ligações só podia ser acessado com autorização judicial.
"Congresso, governo e Justiça supervisionam esses programas como em qualquer caso criminal", disse.
Pesquisa divulgada ontem pelo instituto Gallup mostra que a maioria dos americanos (53%) desaprova os sistemas de vigilância, enquanto 37% aprovam. No entanto, apenas 35% estão muito preocupados com sua privacidade, enquanto 22% se dizem algo preocupados e 21%, não muito preocupados.
Sobre Edward Snowden, que vazou informações sobre a vigilância para a imprensa, a divisão é maior: 44% aprovam sua atitude, enquanto 42% a desaprovam.