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Premiê turco propõe referendo sobre obra

Erdogan quer levar a votação construção de shopping em Istambul que foi estopim de protestos contra seu governo

É o primeiro gesto de conciliação do líder do governo em direção aos manifestantes; praça vive calma após conflito

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

No primeiro gesto de conciliação desde a eclosão dos protestos contra seu governo, o premiê da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, propôs um referendo sobre a obra que foi o estopim das manifestações, iniciadas no final de maio.

O ato contra a construção de um shopping no parque Gezi --anexo à praça Taksim, em Istambul, a maior cidade turca-- foi reprimido com violência e acabou desencadeando protestos contra o premiê, acusado de autoritarismo, em quase 80 cidades.

Ontem, enquanto a Taksim vivia um dia de relativa calma depois dos violentos confrontos de anteontem, Erdogan se reuniu com um grupo de 11 ativistas na capital, Ancara. Alguns líderes de movimentos sociais se recusaram a participar do encontro em razão dos casos de violência.

O porta-voz do AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento, sigla do premiê), Huseyin Celik, afirmou que o referendo se limitará à construção, no parque Gezi, da réplica de um quartel no estilo do Império Otomano, que abrigaria o centro de compras.

Outra reivindicação dos manifestantes --que o prédio de um centro cultural no parque não seja demolido-- não será atendida. Segundo o porta-voz, o centro cultural fica em área sujeita a terremotos e terá de ser posto abaixo.

Celik disse ainda que, uma vez feita a proposta do referendo, o governo não permitirá que as manifestações no parque continuem "até o Juízo Final", ecoando o duro discurso de Erdogan no domingo, quando o premiê disse que "paciência tem limite".

"A vida precisa voltar à normalidade. Acredito que, depois deste gesto de boa vontade, os jovens decidirão deixar o parque Gezi", declarou o porta-voz do AKP.

Analistas veem a proposta de referendo como uma aposta política do premiê, que parece confiar nos votos de sua base de apoio para que as medidas sejam aprovadas.

FUTEBOL NA PRAÇA

A Taksim viveu um dia de maior tranquilidade depois da violência que se estendeu de anteontem à madrugada de ontem. Táxis, caminhões e pedestres voltaram a circular pelo local, e alguns policiais foram vistos chutando uma bola de futebol na praça.

A tropa de choque da polícia turca, porém, permanecia na área, perto de uma barricada de carros destruídos e material de construção erguida por ativistas para tentar impedir o uso de gás lacrimogêneo contra manifestantes.

Segundo a Fundação de Direitos Humanos da Turquia, promotores de Istambul começaram a investigar as acusações de uso excessivo da força policial nos protestos.

A fundação disse que 620 pessoas, incluindo um bebê de um ano de idade, ficaram feridas nos confrontos de anteontem na cidade e cerca de 70 pessoas foram detidas.

Desde o início dos protestos no país, quatro pessoas morreram e mais de 5.000 ficaram feridas ou intoxicadas.


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