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Síria usou armas químicas, dizem os EUA

Inteligência americana confirma que governo Assad utilizou gás sarin contra rebeldes, matando pelo menos 100

Revelação vem no momento em que Obama enfrenta crise por monitoramento de telefonemas e sites

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O governo americano confirmou ontem ter informações de que tropas do ditador sírio, Bashar al-Assad, utilizaram armas químicas contra rebeldes que há mais de dois anos tentam tirá-lo do poder.

O uso de armas químicas no conflito já havia sido anunciado pelos EUA, mas é a primeira vez que se identifica Assad como responsável.

O anúncio vem no momento em que o presidente Barack Obama sofre críticas domésticas por monitorar telefones e sites da internet.

Uma ação militar na Síria poderia acabar beneficiando a Casa Branca, por mudar o foco da mídia e de oponentes do presidente democrata.

De acordo com comunicado assinado por Ben Rhodes, vice-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, a comunidade de inteligência confirmou que "o gás sarin foi usado em pequena escala contra a oposição diversas vezes" e que "de 100 a 150 pessoas morreram nesses ataques".

O sarin é um agente paralisante que causa vômito e dificuldade para respirar.

Em agosto de 2012, Obama tinha dito que o uso de armas químicas era uma "linha vermelha" que os EUA não aceitariam que Assad cruzasse.

Rhodes também anunciou aumento da ajuda aos rebeldes, mas não especificou se isso incluiria apoio militar.

Ontem, a ONU revisou para cima as cifras de mortos no confronto na Síria, que chegam agora a 93 mil.

GOVERNO DIVIDIDO

Por ora, o governo norte-americano ainda está bastante dividido quanto a uma intervenção na Síria.

De um lado, pesquisas de opinião, lidas atentamente por Obama, apontam que mais de 60% dos americanos se opõem à intervenção militar e mais da metade pede apenas ajuda humanitária.

De outro, vários assessores próximos --inclusive a nova conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, que toma posse no mês que vem-- seriam mais favoráveis a uma intervenção militar no país.

O histórico da guerra do Iraque, iniciada por George W. Bush em 2003 com base em informações depois desmentidas de que o país possuía armas de destruição em massa, também contribui para a posição de cautela.

No entanto, tanto democratas quanto republicanos têm criticado Obama pela inação. O ex-presidente Bill Clinton, seu colega de partido, sugeriu na segunda uma intervenção "mais robusta".

"Às vezes, é melhor ser pego tentando. Tem gente que diz olha que bagunça, fique fora disso', mas acho que é um grande erro", afirmou.

O senador republicano John McCain, derrotado por Obama na eleição presidencial de 2008, disse que a Casa Branca permitia "um banho de sangue" na Síria sem tomar atitude. "Onde está a liderança americana?", criticou.

Segundo o "New York Times", reunião ontem entre o presidente e os principais assessores de segurança terminou sem uma conclusão.

Aliados americanos no Oriente Médio, como Arábia Saudita e Jordânia, estariam reclamando da inação.


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