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Análise

Ocidente não tem estratégia clara para lidar com conflito

FRANK LEDWIDGE DO "GUARDIAN"

A causa do chamado "intervencionismo liberal" parece ganhar impulso com os relatos de que as forças sírias se movimentam em torno de Aleppo, segunda maior cidade do país. "O regime tem e está usando armas químicas; não podemos ficar parados" é o resumo do argumento.

Como não se quer assustar ninguém com a ideia de intervenção, o que se ouve é "armar os rebeldes". A primeira pergunta que qualquer político sensato deve fazer é: com que tipo de armas? O que podemos oferecer para além dos US$ 3 bilhões em armamentos já fornecidos pela Arábia Saudita e pelo Qatar?

Esperamos também que os "rebeldes" com competência militar mínima não sejam jihadistas ligados à Al Qaeda, que aprenderam o ofício matando soldados britânicos e norte-americanos no Iraque.

Armar insurgentes com jatos, artilharia e tanques está fora de questão; eles requerem anos de treinamento. Vale o mesmo para os mísseis antiaéreos, ainda mais perigosos, que têm de ser manejados por gente experiente.

A próxima e desconfortável questão é: "E se armar os rebeldes não surtir nenhum efeito?". Os oposicionistas sírios sabem muito bem que nenhum armamento do tipo "divisor de águas" está nos planos. O verdadeiro objetivo das forças anti-Assad é uma intervenção militar ocidental em grande escala no país.

As calejadas Forças Armadas dos EUA, apoiadas por um relutante presidente Obama, não estão exatamente ansiosas para se envolver em outro atoleiro no Oriente Médio. Sabem que, outra vez, caberá a elas o trabalho pesado.

Precisamos ir além das falsas analogias com Bósnia e Ruanda, ter absoluta clareza do que queremos e saber se o que queremos é factível. Em outras palavras: precisamos de estratégia clara. E os últimos dez anos mostram que não somos tão bons nisso.


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