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Análise

Estado de vigilância expõe necessidade de investigação similar à dos anos 1970

GEOFF DYER DO "FINANCIAL TIMES"

Em 1975, o senador Frank Church, do Idaho, iniciou uma investigação especial sobre os excessos dos serviços de inteligência americanos.

O inquérito, deflagrado por um artigo do "New York Times" sobre espionagem, investigou ampla gama de atividades clandestinas, entre as quais tentativas de assassinar Fidel Castro, de Cuba, e Patrice Lumumba, o herói da independência do Congo.

O relatório de 14 volumes virou um estudo exemplar sobre uma burocracia governamental fora de controle.

Ainda que os críticos tenham acusado o comitê Church de castrar a CIA (Agência Central de Inteligência), seu trabalho resultou em três mudanças decisivas: assassinatos políticos foram proibidos, a vigilância dos serviços de inteligência sobre americanos foi cancelada e um novo aparato de fiscalização foi implementado.

Agora, depois de mais de uma década de "guerra ao terror", os serviços de inteligência voltam a enfrentar muitas das acusações que levaram à criação do comitê.

Novas ferramentas de vigilância empregadas pela Agência de Segurança Nacional (NSA) para absorver grandes volumes de dados estão testando os limites da quarta emenda à Constituição dos Estados Unidos, que protege contra "buscas e detenções injustificadas".

Ao mesmo tempo, avanços rápidos na tecnologia permitiram que a CIA empregasse aeronaves não tripuladas para conduzir centenas de "execuções direcionadas" de suspeitos de terrorismo no exterior, do Iêmen ao Paquistão.

Para os críticos do Estado de vigilância pós-11 de Setembro, as mais recentes revelações confirmam a necessidade de um inquérito rigoroso sobre o funcionamento do aparelho de segurança --um comitê Church da era digital.

O risco para o presidente Barack Obama é o de que, caso não aproveite essa oportunidade para criar confiança pública quanto às ações dos serviços de inteligência, possa enfrentar um segundo mandato com novos vazamentos e crescentes recriminações, que macularão seu legado.


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