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Ato a favor de premiê turco reúne milhares

Repressão a protestos em Istambul e Ancara prossegue; Erdogan diz que é seu 'dever' expulsar ativistas de parque

Primeiro-ministro volta a apontar 'terrorismo' nas manifestações; sindicatos convocam greve geral para hoje

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Centenas de milhares de pessoas se reuniram ontem em Istambul, a maior cidade da Turquia, para uma manifestação em apoio ao premiê Recep Tayyip Erdogan, enquanto a polícia atirava gás lacrimogêneo contra manifestantes antigoverno no centro da cidade, tentando evitar que eles se reagrupassem.

Em discurso a apoiadores de sua sigla, o AKP (Partido Justiça e Desenvolvimento), Erdogan voltou a desafiar seus críticos, dizendo ser seu "dever" expulsar os ativistas que estavam ocupando o parque Gezi. Segundo ele, as manifestações vêm sendo manipuladas por "terroristas".

Em repúdio ao que consideram uso excessivo de força pela polícia contra os protestos, dois dos principais sindicatos da Turquia convocaram uma greve geral para hoje.

O motivo inicial dos protestos era a proposta de demolir parte do parque para construir um shopping no formato de quartel otomano. Mas foram se transformando em manifestações por todo o país contra Erdogan, acusado de autoritário e "islamizador".

O premiê propusera aos ativistas a realização de um plebiscito e a suspensão da demolição até que um processo contra o projeto fosse concluído. Mas os manifestantes rejeitaram a proposta, dizendo que a ocupação seguiria.

Anteontem, as tropas de choque da polícia invadiram o parque Gezi para expulsar centenas de ativistas que haviam rejeitado a oferta de negociação do premiê Erdogan. Muitos foram presos na ação.

O Solidariedade Taksim, que representa os ativistas, havia convocado os manifestantes a se reunirem pacificamente na praça Taksim, anexa ao parque, ontem. Mas o prefeito de Istambul, Huseyin Avni Mutlu, vetou. "Qualquer convocação para as pessoas se reunirem na praça Taksim não vai contribuir para a paz e a segurança", disse Mutlu.

Ontem, além de jogar gás nas cercanias da Taksim para evitar que os manifestantes voltassem ao parque, a polícia fez uma série de prisões --no país, foram quase 350, relatou a mídia turca. Segundo autoridades, 150 pessoas ficaram feridas nos confrontos nos últimos dois dias.

Erdogan afirmou que as manifestações são uma conspiração contra ele e os êxitos do seu governo. "As câmeras registraram tudo. Nós vamos investigar todos. Investigaremos mensagens nas redes sociais. O que faziam aqueles estrangeiros entre os manifestantes da Taksim?"

Em Ancara, a polícia também dispersou centenas de pessoas que tentavam se reunir na praça Kizilay. Desde o início, há mais de duas semanas, os protestos já deixaram pelo menos cinco mortos e mais de 5.000 feridos.

Em comunicado, a Associação de Médicos Turcos acusou a polícia de fazer uso "selvagem" do gás lacrimogêneo durante os protestos e de dificultar o atendimento aos feridos no parque Gezi.


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