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Análise

Erdogan tenta restringir os protestos à sua motivação inicial

PETER BEAUMONT DO "OBSERVER"

Após duas semanas de erros cometidos pelo premiê Recep Tayyip Erdogan e por sua sigla islâmica moderada AKP, as medidas mais recentes sugerem que, embora ele possa não compreender o que motivou os protestos, compreende pelo menos os prejuízos que estão lhe causando.

O risco assumido por Erdogan ao concordar em debater com os manifestantes é grande, assim como o caso de todas suas iniciativas, incluindo a ordem dada à polícia para "limpar" a Taksim.

A nova tática é clara. Ao buscar restringir os termos dos protestos à sua causa original --o parque--, Erdogan esperava afastar a atenção pública de como os protestos criaram espaço para o surgimento de uma nova oposição.

Quando a tática não deu certo, Erdogan voltou a demonizar quem se opõe a ele, sugerindo teorias conspiratórias pouco claras, com a finalidade de mobilizar sua base.

O acadêmico turco Ziya Meral acredita que os protestos se originam num complexo choque de ideias e valores pessoais que surgiu na era das políticas econômicas do AKP, que assumiu o papel de guardião da identidade turca.

Se, no passado, ser "guardião" significava implementar visão rígida do nacionalismo secular, hoje quer dizer o avanço dos valores islâmicos socialmente conservadores.

Para muitos no parque Gezi, o problema é esse: conflito entre o desejo de autonomia pessoal na nova Turquia e as noções prescritas pelo Estado do que significa ser turco.


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