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Irã quer buscar 'outro caminho', diz presidente
Obama vê sinal positivo em triunfo de Rowhani
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a vitória do centrista Hasan Rowhani nas eleições do Irã mostrou a vontade da população do país de romper com a tensão acerca do programa nuclear de Teerã.
Divulgada na noite de anteontem, a primeira declaração de Obama sobre o pleito surge após Rohwani prometer "moderação" diplomática. "[Isso] mostra que a população iraniana quer tomar outro caminho", disse o presidente ao canal de TV PBS.
"[Os iranianos] rejeitaram radicais e clérigos que recomendavam não fazer concessão alguma", afirmou Obama, em referência a candidatos conservadores que defendiam resistir a pressões para cortar o programa nuclear.
Obama admitiu eventual diálogo, mas cobrou de Teerã empenho em provar que não quer a bomba atômica.
"Enquanto houver entendimento sobre as bases da conversa, não vejo por que não poderíamos implementá-la", disse o presidente.
Obama ressaltou que decisões mais importantes do programa nuclear são tomadas pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, o que restringe expectativas. "Precisamos ver como tudo isso vai evoluir nas próximas semanas, meses e anos", disse, numa aparente mensagem de que dará tempo para Rowhani tentar costurar concessões.
Anteontem, Rowhani afirmou que está disposto a dar mais garantias sobre a transparência do programa e se disse pronto a conversar com Washington, desde que seja formalmente reconhecido o "direito nuclear" iraniano. Ele toma posse em agosto.
O impasse, porém, deve continuar. Os EUA suspeitam que o Irã desenvolve secretamente um arsenal nuclear. Teerã afirma que tratados internacionais lhe garantem o direito de enriquecer urânio para produzir remédios e energia. Os dois países não têm laços formais desde o sequestro, em 1979, de 52 diplomatas americanos em Teerã, em represália ao asilo dado pelos EUA ao xá Mohamed Reza Pahlevi.