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Análise

Debate segurança versus privacidade depende dos valores de cada pessoa

MICHAEL KEPP ESPECIAL PARA A FOLHA

Quando Edward Snowden, um ex-prestador de serviços para a NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), divulgou um programa confidencial de monitoramento em massa, comentaristas fizeram perguntas como "ele é patriota ou traidor?" e "o que é mais importante, segurança ou privacidade?".

A resposta à primeira pergunta depende do valor que você atribui à desobediência civil. A resposta à segunda depende de como seu sistema de valores pesa segurança versus privacidade.

Mas as revelações também suscitam uma pergunta para a qual a resposta é mais direta: "O governo deveria usar registros telefônicos para espionar milhões de americanos e mentir sobre isso?".

Ou, em outras palavras: "Quão transparente deve ser o Estado de segurança nacional dos EUA?"

A resposta desse governo parece ser: "o mais opaco possível". Numa audiência no Congresso, um senador perguntou a James Clapper, o diretor de Segurança Nacional: "A NSA coleta qualquer tipo de dados sobre milhões ou centenas de milhões de americanos?" Clapper, então, respondeu: "Não."

O governo Obama já processou seis pessoas por vazar informações, mais que todos os governos anteriores somados, e promete fazer de Snowden a sétima.

Mas Snowden não disse a terroristas nada que já não soubessem: a tecnosfera de segurança dos EUA é enorme.

E o Pentágono tampouco pode comprovar que os dados entregues ao WikiLeaks pelo soldado Bradley Manning prejudicaram alguém.

Isso provoca outra pergunta: por que governos americanos procuram punir severamente pessoas como Manning e Snowden, mas não punem seus próprios representantes, cujas revelações têm por objetivo prejudicar?

Quando Lewis Libby, chefe de gabinete do ex-vice-presidente Dick Cheney, vazou o nome de uma agente da CIA, ele não foi preso. O que o motivou foi vingança: o marido da agente, um diplomata, tinha revelado que o governo Bush distorceu informações de inteligência para justificar a invasão do Iraque.

Depois de Cheney ter chamado Snowden de "um traidor", este respondeu que tal acusação, vinda do "homem que nos deu o esquema de grampo telefônico sem autorização judicial", foi "a maior honraria que um americano poderia receber".


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