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Acordo para liberar senador está próximo

Brasil e Bolívia negociam solução para caso de Roger Pinto, ilhado em prédio em La Paz

PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO

O Itamaraty e o governo da Bolívia se aproximam de uma solução para o caso do senador boliviano Roger Pinto, que está dentro da embaixada brasileira em La Paz há mais de um ano.

Ele recebeu asilo do Brasil, com o argumento de que é perseguido pelo governo Evo Morales, mas não pode deixar o prédio por falta de salvo-conduto da Bolívia.

A informação foi antecipada ontem pelo jornal "O Estado de S.Paulo".

A Folha apurou junto a pessoas envolvidas nas negociações que a Bolívia estaria abandonando a exigência de que o Brasil revogue ou reverta o asilo concedido a Pinto.

Na visão de negociadores bolivianos, conceder asilo seria um atestado de que Pinto seria mesmo perseguido político. "Mas os bolivianos entenderam que não podemos reverter a decisão", disse uma fonte brasileira.

O senador não receberia um salvo-conduto, mas teria o comprometimento do governo boliviano de que poderia sair em segurança da embaixada e ir para o Brasil.

A troca do embaixador brasileiro na Bolívia ajuda a reduzir a tensão.

A Folha apurou que o novo embaixador será Raymundo Magno, atualmente na Romênia. Ele substituirá Marcel Biato, que vai para a Suécia.

Biato entrou em conflito com o ministro ministro da presidência boliviana, Juan Ramón Quintana, que o acusa de defender Pinto.

O Brasil também acredita que o governo boliviano deve libertar mais três torcedores corintianos presos em Oruro desde fevereiro.

Sete dos 12 torcedores levados para a cadeia por participar da morte do jovem Kevin Espada, 14, já foram libertados. Kevin morreu após ser atingido por um sinalizador disparado pela torcida do Corinthians durante um jogo.

A negociação corre paralelamente ao caso do senador. Os dois imbróglios vêm azedando as relações bilaterais.

Procurado pela Folha, o advogado da Gaviões da Fiel, Davi Gebara, não quis comentar. Para o advogado de Pinto no Brasil, Fernando Tibúrcio, a solução que vem sendo aventada pelos dois países é uma questão "semântica".

"Se o governo permitir a segurança da saída, isso equivaleria a um salvo-conduto", disse Tibúrcio.

A Bolívia assinou, mas não ratificou a Convenção sobre Asilo Diplomático da Organização dos Estados Americanos, que estabelece a necessidade de salvo-conduto.

"Ele [Pinto] considera qualquer alternativa para sair dessa prisão sem grades em que se encontra hoje, desde que haja um compromisso das autoridades bolivianas [de que estaria seguro]", disse Tibúrcio.


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