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Ex-técnico da CIA pede asilo ao Equador

WikiLeaks anunciou o pedido, confirmado por Quito; Edward Snowden deixou Hong Kong e seguiu para Moscou

Os EUA, que o acusam de espionagem, roubo e transferência de propriedade estatal, tentam sua extradição

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Edward Snowden, o ex-técnico da CIA que vazou para a imprensa informações sobre um esquema de monitoramento de telefones e internet praticado pelo governo americano, viajou ontem para Moscou, num voo comercial, a partir de Hong Kong, onde se instalara desde maio.

Numa odisseia digna de agente secreto, o fugitivo não entraria oficialmente em território russo; apenas aguardaria no aeroporto por algumas horas para depois rumar ao Equador, país ao qual solicitou asilo político.

O pedido de asilo foi anunciado pelo site WikiLeaks, que o assessora juridicamente, e confirmado por Quito.

O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, escreveu em seu perfil no Twitter: "O governo do Equador recebeu um pedido de asilo de Edward J. Snowden".

O WikiLeaks divulgou que Snowden viajava acompanhado por consultores legais do grupo --dentre eles Sarah Harrison, uma das conselheiras mais próximas de Julian Assange, 41, o fundador do site que divulga documentos sigilosos de governos.

Há mais de um ano, o Equador abriga Assange em sua embaixada londrina para evitar sua extradição à Suécia, onde responde a processo por estupro.

Assange classifica a acusação como uma perseguição política cujo verdadeiro objetivo seria sua extradição para os Estados Unidos.

VENEZUELA

Embora o Equador tenha confirmado o pedido de asilo, o "New York Times" ouviu de uma fonte não identificada que a Venezuela seria o real destino de Snowden.

Se extraditado para os EUA, Snowden seria julgado por espionagem, roubo e transferência de propriedade do governo americano. Uma condenação por essas acusações poderia levá-lo a até 20 anos de prisão.

A saída de Hong Kong foi feita de formal legal, diz o governo local, que recebera da procuradoria americana há uma semana pedido de que o acusado fosse preso em caráter preventivo.

"Os documentos fornecidos pelo governo dos EUA não cumprem integralmente os requisitos da lei de Hong Kong. Não há base legal para impedir o sr. Snowden de deixar o país", disse a administração da ilha, de onde o americano divulgou os documentos sigilosos. O Departamento de Justiça americano se disse decepcionado com a decisão, da qual discorda.

Assim que foi divulgada a chegada do fugitivo à Rússia, a embaixada americana em Moscou notificou o governo local de que o passaporte do técnico teria sido revogado e não estaria válido quando ele desembarcou no país, segundo o inglês "The Guardian".

"É rotina, pelas regulações americanas, que pessoas com mandados de prisão [emitidos em seu nome] tenham seu passaporte revogado. Essa revogação não afeta sua cidadania", disse Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

Os EUA defendem que, sem passaporte válido, Snowden somente poderia entrar em aviões que o levassem de volta para o país onde nasceu e é procurado pela Justiça.

Um porta-voz do presidente Vladimir Putin disse que o Kremlin não havia sido informado com antecedência dos planos de viagem do fugitivo. Segundo relatos de aliados, Snowden faz a jornada munido de mais material sigiloso para vazar.

Em sua bagagem, haveria computadores repletos de documentos confidenciais americanos a que ele teve acesso quando trabalhou para a NSA (Agência Nacional de Segurança americana), mas ainda não trouxe a público.


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