Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Supremo americano se nega a julgar ação sobre fim das cotas

Tribunal ordena que instância inferior revise caso com 'novo olhar'

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

A Suprema Corte americana se negou a julgar hoje uma ação que pedia o fim do sistema de cotas e ordenou que um tribunal regional revise "com um novo olhar" os casos de ação afirmativa na Universidade do Texas, sem julgar sua constitucionalidade.

Era uma das decisões mais esperadas do ano jurídico americano, que termina nesta semana, mas a Corte não deu um veredicto final.

Uma estudante, Abigail Fisher, não foi admitida na Universidade do Texas em 2008. Ela alega que não foi selecionada por ser branca. Um tribunal regional deu ganho de causa à universidade, dizendo que os padrões de admissão eram legais.

Naquele sistema, 75% dos estudantes são admitidos pela colocação entre os melhores alunos das escolas do equivalente ao ensino médio (antigo segundo grau) texano.

Os outros 25% são decididos por desempenho acadêmico, serviço comunitário, experiência, liderança, raça e etnia, para garantir um maior número de negros e hispânicos na universidade.

Não há cotas específicas para minorias, e os 10% melhores alunos da rede texana têm admissão automática.

A juíza Ruth Ginsburg provocou risadas nervosas dos colegas durante o julgamento ao dizer que, "dada a segregação de facto' que há no Texas, não dá para falar que esses 10% melhores sejam neutros quanto à raça".

O programa texano e outros sistemas de cotas poderão continuar sem mudanças --boa parte deles foi instituída durante os anos do governo do presidente John F. Kennedy, no início dos anos 60.

Em decisões anteriores, a Corte já tinha manifestado que a diversidade nas universidades é de interesse do governo, mais do que a imparcialidade quanto à classificação por raça.

A Corte também defende que as instituições públicas podem usar diferentes padrões de admissão para estudantes de raças diferentes.

CONTROVÉRSIA

Na Universidade do Texas, o programa de ação afirmativa criou um alunado diverso, ainda que menos diverso que o da população do Estado, onde 25% dos alunos são hispânicos, e 6%, negros. No Estado, 38% da população é hispânica e 12%, negra.

Entre a população, o tema é controverso. Pesquisa feita em junho pela rede NBC e pelo "Wall Street Journal" mostra que 45% dos americanos são contra programas de ação afirmativa, enquanto 45% são favoráveis; em 1991, 61% defendiam o sistema.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página