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Paraguai quer liderar Mercosul no retorno

Presidente eleito, Horacio Cartes propõe que Uruguai estique presidência do bloco até sua posse e Venezuela não assuma

Suspensão de Assunção do grupo completa hoje um ano; decisão sobre volta será tomada em cúpula no próximo dia 12

ISABEL FLECK DE SÃO PAULO

O presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, propõe que o Uruguai "estique" a presidência temporária do Mercosul até sua posse, em agosto --e Assunção assuma, então, a liderança do bloco.

A manobra seria para impedir a Venezuela, que ingressou no bloco quando o país estava suspenso, de estar na presidência quando o Paraguai retornar. O país completa hoje um ano fora do Mercosul.

"É contra a lógica que um país que não estava no Mercosul quando fomos suspensos receba o Paraguai em seu regresso", disse o senador do Partido Colorado (o mesmo de Cartes) Arnoldo Wiens, que integra a equipe de transição do novo presidente.

A rotatividade é determinada por ordem alfabética, e o Paraguai deveria ter assumido a liderança em dezembro.

A exigência de que Caracas não assuma a presidência na próxima cúpula do grupo, no dia 12 de julho, foi manifestada por Cartes durante viagem a Madri nesta semana. O presidente ameaça não voltar ao bloco se não for atendido.

O tom adotado agora é menos conciliador do que logo após sua eleição, em abril.

Segundo Wiens, Cartes também não quer que a Venezuela faça parte do pronunciamento sobre a volta do Paraguai ao Mercosul --que deve ocorrer na cúpula de julho.

As condições foram apresentadas há duas semanas pelo assessor de política externa de Cartes, Eladio Loizaga, ao Uruguai, que ocupa a presidência do bloco.

No dia 21, o chanceler uruguaio, Luis Almagro, foi a Caracas para se reunir com o colega venezuelano, Elías Jaua.

O Itamaraty diz não ter recebido nenhum documento formal de Cartes. A uma rádio paraguaia, o encarregado da embaixada do Brasil em Assunção, Rafael Vidal, disse que o novo governo paraguaio deveria "aceitar a realidade e não impor condições".

Segundo a Folha apurou, o Brasil não considera negociar a presidência da Venezuela no bloco. O endurecimento do discurso de Cartes tem sido visto pelos países do Mercosul como parte de uma retórica para conquistar apoio interno e costurar possível aliança com os liberais no Senado.

A segurança sobre o retorno do Paraguai também reside na dependência comercial do país do bloco.

Nos nove primeiros meses de suspensão, as exportações para o Mercosul cresceram 28%, para US$ 1 bilhão. Elas representam mais de um quarto do total de vendas ao exterior do país.

O boom' nesse período foi puxado por uma supersafra de soja, principal produto de exportação do Paraguai.


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