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Saúde de Mandela ofusca visita de Obama

Presidente dos EUA chega hoje à Africa do Sul e tentará visitar o líder antiapartheid

FÁBIO ZANINI ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, inicia hoje uma aguardada, mas azarada, visita à África do Sul. Pela manhã estão marcados protestos organizados por aliados do mesmo governo que o recebe em Pretória.

Nada deve importar muito, no entanto: a viagem deve ser totalmente ofuscada pelo estado de saúde do ex-presidente Nelson Mandela.

Mandela, 94, permanecia ontem internado em estado crítico. Ao longo do dia, o governo sul-africano deu informações contraditórias sobre a situação dele, que sofre de crise respiratória. Pela manhã, o porta-voz da Presidência, Mac Maharaj, disse que a condição do líder havia se deteriorado muito.

Mas, à tarde, o próprio presidente Jacob Zuma desmentiu o auxiliar, afirmando que Mandela estava "bem melhor", embora em situação ainda delicada.

Uma visita de Obama a Mandela é improvável, para frustração do líder americano. Segundo assessores, ele contava com o encontro para simbolizar sua preocupação com a África e contraditar acusações de que negligencia o continente de seu pai (que era queniano).

Obama esteve só uma vez na África subsaariana, em Gana, em 2009. Os EUA vêm perdendo espaço no continente, sobretudo para a China, hoje líder em investimentos nos países africanos.

O presidente começou seu giro africano no Senegal e termina na Tanzânia. Ontem, ele pediu aos governos no continente que parem de criminalizar a homossexualidade e elogiou a decisão da Suprema Corte dos EUA que reconheceu benefícios federais aos casais gays. Para o presidente, foi uma "vitória da democracia".

Em território sul-africano, além de encontro com Zuma, Obama deve visitar um dos locais mais associados à figura de Mandela: o antigo presídio de Robben Island, na Cidade do Cabo, onde o ícone antiapartheid passou 18 de seus 27 anos de prisão.

A chegada de Obama deve coincidir com um protesto convocado pela Cosatu, maior central sindical do país, e pelo Partido Comunista Sul-Africano (SACP), além de grupos menores. Cosatu e SACP fazem parte do governo Zuma.

O protesto, segundo Bongani Masuku, secretário de Relações Internacionais da Cosatu, tem vários alvos: a militarização da política externa dos EUA, sobretudo com o uso de drones (aviões não tripulados), o apoio a Israel e a relação econômica desigual Norte-Sul.

"Não há constrangimento para o governo, porque não estamos protestando contra a pessoa de Obama, mas contra aspectos do poder americano", disse Masuku.

A marcha deve terminar na embaixada dos EUA, em Pretória, e tem o título de "Nobama" ("Não a Obama").


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