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Pai de delator diz que filho pode negociar volta aos EUA

Segundo Lonnie Snowden, ex-agente quer esperar julgamento em liberdade

Mensagens vazadas mostram desconforto do governo do Equador com protagonismo de Assange no episódio

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O pai de Edward Snowden, responsável pelo vazamento do esquema de espionagem interno do governo americano, disse ontem que seu filho poderia aceitar voltar aos EUA se pudesse aguardar o julgamento em liberdade.

Em entrevista à emissora americana NBC, Lonnie Snowden disse que seu filho violou as leis, mas não é um traidor por revelar informações confidenciais.

"As pessoas querem classificá-lo como traidor e, sim, de fato ele traiu o governo americano. Mas acredito que ele não traiu o povo dos EUA", disse Lonnie.

Segundo Lonnie, o advogado de Snowden enviou uma carta ao secretário de Justiça americano, Eric Holder, com as condições para o retorno aos EUA.

Além de esperar a sentença em liberdade, o delator quer escolher o local do julgamento e manter seu direito de fazer manifestações públicas no período.

Acredita-se que Snowden esteja desde domingo na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, após sair de Hong Kong, enquanto negocia asilo diplomático para escapar da extradição para os EUA.

Washington pede que o delator seja entregue ao governo americano para que seja processado por roubo, transferência de propriedade do governo e espionagem. Se condenado, ele pode pegar até 30 anos de prisão.

O pai do informante diz não conversar com Snowden desde abril. Afirma temer que ele seja manipulado por pessoas ligadas ao WikiLeaks.

"Não quero colocá-lo em perigo, mas tenho receio das pessoas que o seguem. Penso que a intenção do WikiLeaks não é garantir o cumprimento da Constituição dos EUA, mas simplesmente divulgar o máximo de informação possível", disse ele.

ASSANGE E EQUADOR

Mensagens trocadas entre diplomatas e autoridades do governo Equador, citadas ontem pelo jornal "Wall Street Journal", mostram que o protagonismo do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, no caso de Snowden gerou tensões em Quito.

As ações de Assange parecem ter complicado as chances de o americano conseguir asilo no país sul-americano.

Segundo os e-mails, obtido pelo canal de TV de Miami Univisión e compartilhado com o "Journal", a avaliação da embaixadora do Equador nos EUA, Nathalie Cely, é a de que Assange parecia "comandar o show" no caso.

"Sugiro que deveríamos falar com Assange para controle melhor das informações. De fora, parece que ele está comandando o show'", escreveu Cely ao secretário de Comunicações do Equador, Fernando Alvarado.

Assange, há mais de um ano na Embaixada do Equador em Londres, anunciou publicamente que Snowden tinha um documento de refugiado que lhe permitiria viajar de Hong Kong até Quito, mesmo com seu passaporte americano revogado.

Dias depois, o governo do Equador disse que o documento era inválido. Anteontem, foi a vez de o presidente Rafael Correa falar do tema, repetindo que um documento emitido em Londres não tinha validade "nenhuma".

Entre as mensagens obtidas pelo "Journal", há uma atribuída ao próprio Assange e destinada ao chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, no qual ele pede desculpas "se causou qualquer desconforto no caso Snowden".


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