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Ex-aliado de Cristina se cacifa como presidenciável

Sergio Massa será candidato a deputado nas próximas eleições argentinas

Prefeito de Tigre, ele chefiou gabinete da presidente e se lançou criticando polêmica reforma do Judiciário

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

A quatro meses das eleições legislativas e menos de dois anos das próximas presidenciais, a Argentina vê o racha em uma de suas principais instituições, o partido peronista.

Do meio da cisão que vive o partido, um nome vem despontando como o candidato favorito a suceder Cristina Kirchner num período pós-kirchnerista.

Sergio Massa, 40, ex-chefe de gabinete da presidente e atual prefeito do município de Tigre, na região da grande Buenos Aires. Massa deu seu grito de independência na última semana, ao se declarar candidato a deputado por uma coligação independente do kirchnerismo.

"Massa representa uma renovação porque não tem um discurso ideológico forte, ao mesmo tempo está identificado com as linhas mestras do peronismo. Além disso é jovem, bonito, calado e carismático ao mesmo tempo", diz o analista o Patricio Giusto.

DIVISÕES

A divisão do peronismo começou a ocorrer de maneira pronunciada depois da morte de Néstor Kirchner, em 2010. O então ex-presidente era um hábil conciliador de forças distintas: sindicatos, agrupações juvenis, lideranças opositoras e imprensa.

Desde sua morte, Cristina passou a se apoiar muito nas agrupações juvenis, como o La Cámpora, e deixou de lado antigos aliados do peronismo. Isso deixou grupos descontentes. A dissidência tomou distância e boa parte agora se diz "dissidente".

Nesse limite estava Daniel Scioli, aliado de Cristina e governador da província de Buenos Aires. A relação dos dois ia bem até que Scioli resolveu admitir que era candidato às eleições de 2015. "Cristina se enfureceu e jogou a máquina do governo contra ele, por meio da propaganda polític. Isso o matou", diz Giusto.

É desse cenário desolado que surgiu Massa. Ex-preferido da presidente, o prefeito tem fama de moderado e conhecedor da máquina pública kirchnerista, tendo sido presidente da Anses (o sistema de Previdência).

"Nossa agenda para o futuro entende que são os prefeitos os que estão mais perto das pessoas para resolver seus problemas. Queremos propor criar políticas municipais de proximidade e descentralização da Justiça", disse Massa, opinando contra a polêmica reforma judicial proposta pelo governo.

O futuro de Massa, porém, depende da força que o governo terá para aprovar ou não a reforma da Constituição. Há um projeto do kirchnerismo de tentar um terceiro mandato para Cristina, que só deve vingar se o governo conseguir o apoio de mais de dois terços do Congresso.

Cristina reagiu rápido à independência de seu ex-afilhado. Disse que a criação de alianças postiças, "sem linhas ideológicas claras" era artificial e teria poucas chances nas urnas.

Massa declarou que não responderá diretamente à presidente, mas está trabalhando rápido na formação de alianças do "massismo".


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