Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ex-dirigente do PC chinês é condenado a 13 anos de prisão

Lei Zhengfu caiu em desgraça após divulgação de vídeo em que aparece fazendo sexo com a amante de 18 anos

Investigação iniciada após vazamento revelou esquema de corrupção e chantagem no alto escalão chinês

MARCELO NINIO DE PEQUIM

Exposto fazendo sexo com uma amante de 18 anos, num vídeo que virou sensação na internet do país, um ex-chefe do Partido Comunista chinês foi condenado ontem a 13 anos de cadeia por crime de corrupção.

Lei Zhengfu, 55, caiu em desgraça em novembro, quando o vídeo filmado secretamente pela amante, como parte de um esquema de suborno, caiu nas mãos de um jornalista independente.

Divulgadas na internet, as tórridas imagens fizeram de Lei um símbolo nacional dos excessos cometidos por algumas autoridades e da ligação entre sexo, dinheiro e poder nas altas esferas.

Lei, dirigente do PC na cidade de Chongqing, no sul do país, foi condenado a 13 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 300 mil yuans (R$ 96 mil) por receber suborno e ser cúmplice de extorsão.

Segundo a investigação deflagrada pela divulgação do vídeo, o político recebeu 3,1 milhões de yuans (R$ 1 milhão) de um empresário a quem havia favorecido em negócios imobiliários.

O dinheiro teria sido usado para pagar o suborno que outro empresário exigira para não divulgar as imagens comprometedoras.

Lei usou sua posição no PC para ajudar empresas locais em troca de subornos de março de 2007 a novembro de 2012, afirmou o tribunal de Chongqing.

O dirigente negou que o dinheiro que recebeu tenha sido usado para calar o chantagista, afirmando tratar-se de um empréstimo legítimo, mas não convenceu a corte.

"As somas envolvidas eram enormes e o efeito foi maligno", decretou o veredicto, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua. "Isso deve ser severamente punido conforme a lei".

ARMADILHA

Xiao Ye, o empresário chantagista, usou o esquema de sexo e vídeos como armadilha para arrancar dinheiro e favores de outros políticos.

Ele foi condenado a dez anos de prisão.

A jovem amante que participou da trama pegou dois anos em liberdade condicional.

A condenação de Lei é apontada por observadores como uma forma de o governo de Pequim mostrar ao público que leva a sério a campanha contra os excessos e abusos de poder da elite política, após uma sucessão de escândalos envolvendo sexo e corrupção.

Desde que assumiu a liderança do PC, em novembro, o presidente chinês, Xi Jinping, tem reiterado que o combate à corrupção e às extravagâncias da classe dirigente é uma prioridade.

VAZAMENTO

Em entrevista à Folha na véspera da sentença, Zhu Ruifeng, o jornalista responsável pela divulgação dos vídeos de Lei, não quis entrar em detalhes sobre como obteve as imagens.

Ele manifestou ceticismo em relação à faxina ética proclamada por Xi.

"Toda nova liderança lança uma campanha anticorrupção no começo do governo, mas elas sempre são falsas", diz.

"O objetivo é eliminar rivais políticos".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página