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Passageiro de voo viu 'muralha de água'

Homem a bordo de avião que sofreu acidente durante pouso em San Francisco relata tensão após o choque

Autoridades dizem que aeronave se aproximou da pista em velocidade muito baixa, mas o piloto demorou a reagir

DO "NEW YORK TIMES"

A viagem de quase 11 horas pelo oceano Pacífico havia transcorrido tranquilamente e o avião do voo Asiana 214, com 291 passageiros a bordo, estava perto do aeroporto internacional de San Francisco.

Mas, do assento 30K, Benjamin Levy via que havia algo de errado. Do lado de fora de sua janela, onde Levy sabia que a pista de pouso do aeroporto deveria estar visível naquele momento de aproximação, o cenário visível era aterrorizante: a água da baía de San Francisco.

"O piloto acelerou as turbinas com toda potência e voltamos a subir. Ele usou força total para retomar um pouco de altitude", conta.

O acidente matou duas meninas de 16 anos que estavam em um grupo de estudantes chineses e causou ferimentos a 180 dos passageiros.

"Estávamos tão perto da água que a passagem do avião fez com que ela subisse", afirma. "Havia muralhas de água visíveis pela janela antes de cairmos em terra."

Quando os gritos pararam a bordo do Boeing 777, a aeronave estava pousada de barriga, com sua cauda e turbinas arrancadas.

O NTSB (Conselho Nacional de Segurança nos Transportes) declarou que o piloto estava se aproximando em velocidade baixa, demorou demais a perceber isso e tentou abortar o pouso momentos antes da queda.

O gravador da cabine dos pilotos registrou um deles pedindo por um aumento de velocidade. Mas o alerta veio tarde demais.

Três segundos depois, soou um alerta de que o avião estava para entrar em estol (perda de sustentação). Um segundo e meio antes do impacto, os pilotos aceleraram as turbinas a fim de obter mais potência, em um esforço para evitar a colisão.

Mas, antes que o aparelho ganhasse altitude, colidiu com a água. O choque arrancou a cauda do aparelho, que depois deslizou em terra até parar, e pegou fogo.

Perto da frente do avião, o que inclui a primeira classe, passageiros fugiram depois do choque, carregando a bagagem de mão. Na área central, onde Levy estava, não havia escorregador inflável.

No fundo, a parte mais danificada, os compartimentos de bagagem se abriram e as malas caíram sobre os passageiros em seus assentos.

Levy conta que viu uma mulher com a perna esmagada entre dois assentos, que haviam sido arrancados de suas bases. Ele e outros passageiros trabalharam para libertá-la.

Outra mulher, na mesma parte da aeronave, ficou inicialmente inconsciente depois da queda. "Ela não se mexia", afirma. "Eu e dois outros caras estávamos tentando ajudar, mas não conseguíamos levantá-la."

De repente, pelo buraco na cauda do avião, um bombeiro entrou correndo, apressando Levy e os demais passageiros a sair: o compartimento foi tomado pela fumaça. O jato estava em chamas.


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