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Ex-ministro chinês é condenado à morte por cobrar suborno

Liu Zhijun é acusado de embolsar o equivalente a R$ 21,3 milhões quando comandava pasta de Ferrovias

Sentença é utilizada na mídia oficial da China como mostra do esforço do novo governo para combater corrupção

MARCELO NINIO DE PEQUIM

Um tribunal de Pequim condenou à pena de morte o ex-ministro das Ferrovias da China Liu Zhijun, por suborno e abuso de poder.

A sentença, emitida com suspensão de dois anos, deverá ser convertida em prisão perpétua.

Ele foi acusado de embolsar 64 milhões de yuans (R$ 23,1 milhões) de empresas em troca de contratos para projetos ferroviários.

Liu é o mais alto membro do Partido Comunista chinês julgado por suborno desde a chegada ao poder, no fim do ano passado, do presidente Xi Jinping, que prometeu uma cruzada contra a corrupção no país.

Ao ouvir a sentença, Liu chorou. O ex-ministro, de 60 anos, pediu desculpas por ter desviado do objetivo de modernizar o sistema ferroviário do país e de realizar o "sonho chinês", slogan adotado pelo presidente Xi.

A sentença prevê ainda o confisco de todos os bens do ex-ministro e a cassação de seus direitos políticos até o fim da vida. Se seguir o roteiro de outros julgamentos, a pena de morte com sursis (suspensão) deve ser convertida em prisão perpétua dentro de dois anos.

Filho de um agricultor, que fez carreira no Ministério de Ferrovias a partir de 1970 até chegar a ministro (2003-2011), Liu é o caso clássico de enriquecimento e luxúria entre membros do PC na escalada ao topo do poder.

DEZOITO AMANTES

Segundo a mídia estatal, com o dinheiro embolsado com os subornos no ministério ele chegou a sustentar 18 amantes.

Em seu período como ministro, Liu foi o motor por trás do ambicioso projeto de modernização do sistema ferroviário chinês, que inclui a construção de 16 mil km de linhas rápidas até 2020, com um orçamento estimado em R$ 574 bilhões.

Em julho de 2011, cinco meses após a saída de Liu do ministério, um choque de trens deixou 40 mortos e gerou críticas de que o projeto fora executado de forma apressada e negligente.

Ao tomar posse, no começo do ano, o novo governo chinês decidiu extinguir o Ministério das Ferrovias, que transformou-se num departamento subordinado ao Ministério dos Transportes.

Assim como outras autoridades acusadas recentemente em uma série de escândalos de suborno e sexo, Liu foi usado pela mídia oficial como exemplo da seriedade do governo em sua campanha anticorrupção.

"A sentença mostra a determinação de punir tanto os tigres' de alto nível como as moscas do baixo escalão", comentou a agência estatal de notícias Xinhua.


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