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EUA prometem continuar a investigar morte de jovem

Secretário de Justiça pede discussão sobre o caso e combate a 'estereótipos'

Absolvição do vigia que matou Trayvon Martin, negro de 17 anos, gerou críticas a júri da Flórida e protestos pelo país

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

Em sua primeira declaração pública sobre o julgamento do ex-vigia George Zimmerman, que matou o jovem negro Trayvon Martin em 2012, o secretário de Justiça Eric Holder --primeiro negro a assumir o cargo nos EUA-- fez ontem um apelo por uma discussão sobre o assunto e por um esforço contra "impressões falsas e estereótipos".

O Departamento de Justiça anunciou que pretende continuar as investigações do crime --em julgamento concluído no fim de semana, Zimmerman acabou absolvido.

Classificado de "trágico" por Holder, o caso da morte do garoto negro de 17 anos, desarmado, por um homem branco de 29, armado, comoveu o país e provocou reações de grupos de direitos civis, que consideraram ter havido motivação racial para o crime e pressionam o governo.

O presidente Barack Obama se pronunciou pessoalmente sobre o caso, pedindo reflexão sobre como prevenir a repetição de crimes semelhantes. Debates sobre a legítima defesa na Flórida, Estado onde ocorreu o crime, e sobre o controle de armas também foram levantados.

Na versão do vigia, o garoto --que usava o capuz da roupa cobrindo a cabeça-- o atacou com um soco no rosto e montou sobre ele, dando início a um embate.

A escassez de provas, que desde o início dificultou a decisão do júri da Flórida, somou-se à legislação do Estado, onde alguém que tenha sido atacado, conforme alegou Zimmerman, pode reagir usando até mesmo força fatal caso sinta ameaça de morte iminente.

Sem a presença de testemunhas, não ficou claro qual dos dois iniciou a briga que levou Zimmerman a atirar. Segundo a defesa do vigia, o chão de concreto foi a arma que o adolescente usou para ferir a cabeça do adversário.

ACUSAÇÃO FEDERAL

Após a divulgação da absolvição, líderes de direitos civis pressionaram o governo a introduzir acusações penais federais contra Zimmerman pela violação dos direitos civis de Trayvon Martin.

"Há razões para considerar que houve motivação racial", afirmou Ben Jealous, presidente da NAACP (entidade de defesa dos direitos dos negros), à rede CNN.

Os apelos por ações posteriores na Justiça, entretanto, devem enfrentar obstáculos se o caso de Martin for levado a tribunais civis e federais.

"Os procuradores federais teriam de provar que houve ódio racial no momento do tiro", disse Paul Callan, sócio de um escritório de advocacia em Nova York. Especialistas acreditam que os procuradores não teriam mais sucesso do que tiveram os estaduais.

Diversos protestos já aconteceram em todo o país desde a decisão do júri. Estão programadas para sábado novas manifestações em ao menos cem cidades dos EUA.


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